SP tem 21 ataques diários de aranha, incluindo as mais letais do mundo

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São Paulo – As três espécies mais perigosas de aranhas do mundo podem ser encontradas no estado de São Paulo, onde, somente neste ano, foram registrados 3.364 acidentes com aracnídeos.

A peçonha dos animais pode provocar necrose da pele, amputação de membros, como ocorreu com um garçom no litoral paulista, no início deste ano, e até a morte.

Os casos fatais mais recentes foram registrados pelo governo paulista no ano passado, quando duas pessoas morreram em decorrência de acidentes com aracnídeos.

4 imagensFechar modal.1 de 4Aranhas armadeiras (venenosas) em teia durante o dia, com árvores próximas ao Instituto de Psicologia da USP ao fundo

Pedro Bolle/USP Imagens2 de 4Aranha armadeira está entre as três espécies mais perigosos do mundo à saúde humana

Pedro Bolle/USP Imagens3 de 4Aranha armadeira pode saltar até 40 centímetros em direção à vítima, ou contra algum alvo que a deixe insegura

Pedro Bolle/USP Imagens4 de 4Aranhas armadeiras (venenosas) na teia durante o dia. As armadeiras recebem esse nome porque “se armam” (levantam 4 patas para ganhar impulso) e pulam em suas vítimas para inocular seu veneno através das quelíceras

Pedro Bolle/USP Imagens Considerando os 3.364 casos divulgados pelo do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), do governo estadual paulista, entre 1º de janeiro, até 4 de junho, é como se 21 pessoas fossem picadas diariamente.

De 1988, quando se iniciou a série histórica de acidentes com aracnídeos em São Paulo, até junho deste ano, foram registradas 22 mortes decorrentes das picadas.

Entre 2022 e 2023 também houve um aumento significativo na quantidade de acidentes envolvendo aranhas no estado. Foram, respectivamente, 5.532 e 9.201, representando aumento de 66,3%.

As aranhas mais venenosas As três mais perigosas à saúde humana podem ser encontradas em São Paulo. São elas: a aranha armadeira, a aranha marrom e a viúva-negra.

Dos 73 acidentes registrados pelo CVE na Baixada Santista neste ano, por exemplo, 22 foram com aranhas marrons, quatro com armadeiras e um com viúva negra. Os casos restantes envolveram outras espécies de aracnídeos.

Apesar do risco à saúde, as aranhas marrom e viúva negra não são agressivas, conforme explica o Ministério da Saúde.

Ambas picam as vítimas quando são comprimida contra o corpo, como dentro de calçados, ou de peças de vestuário, os quais usam como esconderijo, por exemplo.

Já a armadeira é agressiva e conta com essa nome justamente por armar-se, usando as patas traseiras para saltar, até 40 centímetros, em direção ao alvo, quando se considera em situação de risco.

Dedo amputado O garçom Wilker Guimarães, de 31 anos, precisou amputar o dedo indicador esquerdo após ser picado por uma aranha marrom, quando a vítima dormia, em 28 de dezembro do ano passado.

Ele denunciou na ocasião negligência do sistema de saúde municipal da Praia Grande, onde o soro específico para este tipo de peçonha foi administrado somente no dia seguinte, quando o dedo da vítima há havia necrosado.

Antes disso, ele foi duas vezes ao hospital, quando médicos diferentes administraram antialérgico, antibiótico, anti-inflamatório e até calmante ao garçom, mesmo com a informação de que ele havia sido picado por uma aranha marrom.

A Prefeitura da Praia Grande afirmou, na ocasião, que iria apurar o caso.

Dicas para evitar acidentes Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas
Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres Usar calçados e luvas de raspas de couro pode evitar acidentes Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois muitos desses animais têm hábitos noturnos Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas e telas nas janelas Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques Combater a proliferação de insetos para evitar o aparecimento dos aracnídeos que deles se alimentam Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. Inspecionar sapatos e tênis antes de calçá-los Fonte: Ministério da Saúde

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