No PSB na corrida pela Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral enfrentou uma pré-campanha tumultuada, marcada por mudanças de estrategista e vai-e-vem nas negociações com o PSDB, cuja aliança permanece incerta. Às vésperas do início da corrida eleitoral, Tabata pode acabar formando uma chapa pura e ter o apresentador José Luiz Datena (PSDB), principal candidato a vice, concorrendo pelo espaço da terceira via como candidato tucano.
Diante desse panorama, a deputada já está estudando opções locais para o cargo de vice. Entre os nomes cogitados estão Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e Lúcia França (PSB), esposa de Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo. Alckmin e França são os principais apoiadores da pré-candidatura da deputada federal.
Aliados de Tabata observam com ceticismo a pré-candidatura de Datena e ainda esperam pela desistência do apresentador, o que poderia levar o PSDB a apoiar a deputada. Datena trocou o PSB pelo PSDB a convite dela, visando ser seu vice, porém acabou aceitando o convite dos tucanos para liderar uma chapa própria.
‘Traição’
Reservadamente, pessoas próximas à deputada mencionam “traição” de Datena e “quebra de acordo” por parte do PSDB, porém Tabata deve aguardar por uma resposta definitiva dos tucanos até a sua convenção partidária, programada para o dia 27 de julho. Para pressionar o PSDB, o PSB atrelou o cumprimento do acordo com Tabata ao apoio do PSB nas eleições de Campo Grande (MS), Florianópolis (SC) e Vitória (ES).
“Até a convenção, o acordo permanece o mesmo. Da minha parte, não voltarei atrás. Continuo aguardando a decisão do PSDB”, afirmou Tabata ao Estadão. Os tucanos planejam realizar a convenção partidária no dia 3 de agosto.
“Se o PSDB me fez um convite para ser prefeito, o problema é entre Tabata e o PSDB. Não sou traidor de ninguém”, declarou Datena durante sabatina do jornal Folha de São Paulo e do portal UOL na última terça-feira. Membros do PSDB que duvidavam há algumas semanas que o apresentador seria realmente um candidato mudaram de ideia após ele participar da entrevista e do primeiro evento de campanha de rua de sua vida, ao caminhar pelo Mercado Municipal.
Nomes
Como a principal negociação era com o PSDB, o círculo de Tabata está considerando formar uma chapa com um vice do PSB. Além de Lu Alckmin e Lúcia França, Floriano Pesaro, secretário na gestão Alckmin em São Paulo, também é cotado para o cargo. Trabalhando na Apex Brasil, o ex-tucano já está envolvido na pré-campanha como coordenador do grupo que analisa propostas para a Cracolândia.
Independentemente das dificuldades no campo político, a pré-campanha de Tabata enxerga de forma positiva o fato dela se manter estável nas pesquisas eleitorais, mesmo com a entrada de novos pré-candidatos como Pablo Marçal (PRTB) e o próprio Datena. Na pesquisa mais recente do Datafolha, divulgada em 5 de julho, os dois aparecem com 11% e 10%, numericamente à frente da pré-candidata do PSB, que possui 7%. Todos estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro de três pontos percentuais.
Desafio
Tabata também destacou a importância da comunicação digital em sua pré-campanha, dado que terá menos de um minuto de propaganda eleitoral por dia no rádio e na televisão. Um de seus desafios é tornar-se mais conhecida entre os eleitores. Segundo o Datafolha, 56% dos entrevistados afirmam conhecê-la, mesmo que apenas de ouvir falar. Esse índice é menor do que o de Marçal (57%), Guilherme Boulos (79%), Ricardo Nunes (85%) e Datena (90%).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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