Ursula Von der Leyen é reeleita para a presidência da Comissão Europeia

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Ursula Von der Leyen garantiu um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia, após receber o apoio dos eurodeputados em uma votação realizada nesta quinta-feira (18). Com 65 anos, a alemã obteve 401 votos a favor, 284 contra, 15 abstenções e sete votos nulos, superando a maioria absoluta necessária. Desde 2019, quando se tornou a primeira mulher a liderar o Executivo europeu, Von der Leyen enfrentou diversas crises, como a pandemia de Covid-19 e a invasão russa da Ucrânia. Ela liderou um extenso plano de recuperação europeu financiado por dívida conjunta e estabeleceu estratégias para questões energéticas e comerciais.

Durante seu discurso antes da votação, Von der Leyen destacou como prioridades o aumento da concorrência e o fortalecimento de investimentos em indústrias-chave e defesa. Ela defendeu a construção de “uma Europa forte” em meio a desafios como demagogos e extremistas. Uma de suas grandes conquistas no primeiro mandato foi o Pacto Verde, em andamento, focado na descarbonização da indústria e transporte, ainda alvo de críticas por impor pesadas obrigações a empresas e agricultores.

Para combater as mudanças climáticas, a presidente da Comissão estabeleceu a meta de reduzir as emissões líquidas em 90% até 2040. Além disso, prometeu um “plano de habitação acessível” e reforçar investimentos em setores-chave em nome da competitividade. Ela também mencionou a necessidade de neutralidade tecnológica e o uso de combustíveis sintéticos em veículos após 2035, seguindo as demandas dos eurodeputados conservadores.

Após as eleições de junho, o Partido Popular Europeu (PPE), ao qual Von der Leyen pertence, continua sendo o maior partido no Parlamento Europeu, com 188 eurodeputados, seguido pelos social-democratas (S&D) com 136 e liberais (Renew Europe) com 77. A coalizão entre esses partidos foi crucial para a reeleição de Von der Leyen, que também incluiu no seu plano o Pacto pelo Oceano, demanda dos eurodeputados ambientalistas.

A socialista espanhola Iratxe García Pérez, líder do grupo S&D, ressaltou a importância de garantir que as questões sociais sejam priorizadas nos próximos cinco anos. O primeiro-ministro trabalhista do Reino Unido, Keir Starmer, expressou desejo de colaborar estreitamente com Von der Leyen. Com sua reeleição, espera-se que Von der Leyen continue fortalecendo as fronteiras e liderando a União Europeia em meio a desafios globais e geopolíticos complexos.Ursula von der Leyen comprometeu-se com a Câmara a fortalecer a Frontex, a agência da União Europeia encarregada das fronteiras, e a triplicar o número de guardas de fronteira e costeiros. Essa promessa foi feita ao PPE e também ao grupo de direita Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), do qual faz parte o partido Fratelli d’Italia da primeira-ministra italiana de direita, Giorgia Meloni.

Outro grupo de direita no Parlamento Europeu, os Patriotas pela Europa, que inclui o Reagrupamento Nacional (RN) da França e o partido húngaro Fidesz do primeiro-ministro Viktor Orbán, que tem relutância em apoiar a Ucrânia contra a invasão russa, provavelmente não fará parte da maioria parlamentar.

Nesta quinta-feira (18), Von der Leyen acusou Orbán de estar “jogando nas mãos” do presidente russo, Vladimir Putin, com sua recente visita a Moscou para uma “suposta missão de paz”.

Durante seu discurso, a presidente propôs também a criação do chamado Escudo Europeu da Democracia. “A União precisa de uma estrutura própria dedicada à luta contra a manipulação de informação e a interferência estrangeira”, afirmou.

Von der Leyen, mãe de sete filhos, que já foi considerada uma possível sucessora de Angela Merkel na Alemanha, acabou por se estabelecer em Bruxelas, onde nasceu e foi criada.

*Com informações da AFP

publicado por Tamyres Sbrile

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