Reino Unido tem quinto dia de violentos protestos, e primeiro-ministro culpa ‘brutalidade de extrema direita’

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O Reino Unido está passando por um período de intensos protestos, com o governo responsabilizando a ‘brutalidade de extrema direita’ pela escalada da violência. Essa onda de violência, uma das maiores em 13 anos, está se espalhando por diversas cidades e vilarejos da Inglaterra, colocando o governo trabalhista de Keir Starmer sob pressão para conter a situação. Os protestos violentos tiveram início após um ataque com faca em Southport, resultando na trágica morte de três meninas. Rumores disseminados por influenciadores de extrema direita alegaram que o suspeito do ataque, Axel Rudakubana, de 17 anos, era muçulmano e imigrante, alimentando ainda mais a raiva e a violência entre os grupos anti-imigração.

No último domingo (4), a situação se agravou com ataques a dois hotéis que abrigam solicitantes de asilo. Em Rotherham, manifestantes anti-imigração quebraram janelas e incendiaram um contêiner, enquanto outro hotel em Tamworth também foi alvo de ataques. Na cidade de Middlesbrough, centenas de manifestantes entraram em confronto com a polícia, atirando tijolos e outros objetos contra os agentes. Starmer condenou veementemente os ataques, classificando-os como ‘brutalidade de extrema direita’ e garantindo que seu governo tomará todas as medidas necessárias para levar os responsáveis à Justiça. Em uma coletiva de imprensa, ele afirmou que tanto os envolvidos quanto aqueles que incitam a violência online serão responsabilizados.

A violência foi intensificada por uma campanha sob o lema ‘Enough is enough’ (Já é suficiente), que propagava slogans anti-imigração e islamofóbicos. O partido anti-imigração Reform UK acusou o Partido Trabalhista de ser ‘leniente com os criminosos’, mencionando uma série de incidentes recentes violentos. Mesmo com o governo declarando ter recursos adequados para lidar com a situação, incluindo a possibilidade de reforçar a segurança, a ex-ministra conservadora Priti Patel criticou a gestão de Starmer por não conseguir manter o controle da situação. Este é um desafio significativo para o governo trabalhista, que enfrenta sua primeira grande crise desde o início do mandato, em um tema sensível relacionado à segurança e imigração.

Com informações da AFP e do Estadão Conteúdo

Publicado por Felipe Cerqueira

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