O superintendente da Polícia Técnico Científica do Estado de São Paulo, Claudinei Salomão, revelou em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (15) que a posição dos corpos das vítimas do acidente com o avião da Voepass sugere que os passageiros foram alertados pela cabine de comando sobre a possível queda iminente.
De acordo com Salomão, a confirmação dessa hipótese depende do laudo preliminar que será emitido pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). No entanto, o fato de muitos corpos terem sido encontrados numa posição de proteção, com as mãos sobre a cabeça e as pernas dobradas, fortalece essa teoria.
Essa posição, conhecida como “brace”, é recomendada em casos de acidentes aéreos para reduzir os danos durante uma aterrissagem forçada. Ela consiste em os passageiros colocarem a cabeça entre os joelhos e abraçarem as pernas, minimizando o impacto. Além de potencialmente salvar vidas, o “brace” protege os dentes e as mãos das vítimas, facilitando sua identificação em caso de óbito.
Salomão enfatizou que “a posição em que muitos corpos foram encontrados facilitou o trabalho pericial, já que as mãos estavam intactas. Isso possibilitou a identificação das vítimas por meio das impressões digitais”.
A identificação dos corpos foi concluída na quarta-feira (14). A Polícia Científica afirmou que é altamente provável que as vítimas não tenham sofrido durante a queda. “Uma queda de quatro mil metros em menos de dois minutos causa movimentos tão bruscos no corpo humano que resultam em desmaio”, explicou o superintendente.
Salomão reforçou que todas as vítimas faleceram devido a politraumatismo, ou seja, múltiplos traumas simultâneos, mas acrescentou que é provável que durante o impacto, tanto passageiros quanto tripulação já estivessem inconscientes.
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