Bolsonaro lança ofensiva contra Pablo Marçal e divulga vídeo lembrando críticas do ex-coach

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou uma ofensiva contra o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo tentando se posicionar como bolsonarista. Nesta quinta-feira, 22, Bolsonaro compartilhou em seu canal oficial no WhatsApp, com 1,2 milhão de seguidores, um vídeo reunindo vários momentos em que Marçal o critica. Segundo aliados, essa postura do ex-presidente pode indicar um maior envolvimento na campanha eleitoral da capital paulista, onde ele apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O compilado de vídeos mostra Marçal chamando Lula e Bolsonaro de “farinha do mesmo saco”, “populistas” e apoiadores de ditadores. Em algumas ocasiões, o ex-coach chega a afirmar que Lula e Bolsonaro “são a mesma pessoa” e que a diferença é a falta de um dedo em um deles. Em outros trechos, Marçal declara que há um “messias que quer ser responsável por toda nação e não cuida de nada” e que dois candidatos, referindo-se a Lula e Bolsonaro, colocarão uma quadrilha no Planalto.

Outras partes do vídeo de oito minutos compartilhado por Bolsonaro trazem Marçal criticando a trajetória política do ex-presidente, mencionando que Bolsonaro não conseguiu presidir a Câmara, aprovou apenas dois projetos em 27 anos de mandato e não concluiu nenhuma obra durante sua presidência. Em um trecho, Marçal desafia Bolsonaro, então presidente, a entregar o governo federal com a inflação no mesmo patamar em que a encontrou, acusando-o de ter feito um “show inadequado”.

Em determinado momento do vídeo, Marçal afirma que “ninguém se importa com esquerda e direita” e que ele “não é obrigado a ser nem de esquerda nem de direita.” Logo em seguida, em outra parte, Marçal se apresenta como o candidato da direita na eleição de São Paulo, o que sugere oportunismo por parte do empresário. “Pablo Marçal, você parou de pensar?”, questiona a mensagem que encerra o vídeo. Até o momento, Marçal não se pronunciou.

Como mais um sinal de sua guerra contra Marçal, Bolsonaro ironizou um comentário do ex-coach em suas redes sociais. Marçal escreveu: “Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós”. Bolsonaro respondeu sarcasticamente: “Nós? Um abraço”.

Intensificação no apoio à campanha de Nunes

Os aliados de Bolsonaro interpretam o vídeo contra Marçal como um sinal de que o ex-presidente poderá se envolver mais ativamente na campanha eleitoral de São Paulo, da qual estava distante até então. Embora Bolsonaro apoie a reeleição de Ricardo Nunes, candidato do MDB, ele já fez comentários controversos sobre o prefeito, afirmando, por exemplo, que Nunes não é o seu “candidato dos sonhos”, enquanto Marçal “fala muito bem, é uma pessoa inteligente e tem suas virtudes”. Posteriormente, Bolsonaro mudou o tom e afirmou, em entrevista à CNN, que o ex-coach mentiu ao dizer que nunca foi pedir votos para ele.

Uma pesquisa do Atlas desta quarta-feira, dia 21, mostra que Marçal cresceu 4,9 pontos percentuais em comparação com o levantamento de 8 de agosto, chegando a 16,3% das intenções de voto, o que tem preocupado a campanha de Nunes. O prefeito teve uma queda de 3,2 pontos percentuais, ficando com 21,8%, e está atrás de Guilherme Boulos.O candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) lidera a corrida eleitoral com 28,5% das intenções de voto, ocorrendo uma queda de 4,5 pontos percentuais em relação às pesquisas anteriores. Para os aliados do ex-presidente, o avanço de Marçal nas sondagens não só levantou um alerta sobre a possível derrota de Nunes em São Paulo, mas também fez com que Bolsonaro percebesse que Marçal poderia representar um risco para seus planos políticos de 2026, já que tem conseguido atrair eleitores bolsonaristas mesmo sem o respaldo do ex-presidente.

A família Bolsonaro não está sozinha ao apoiar a campanha de Nunes, mesmo com a percepção de que o prefeito não tenha sido recíproco. Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, encontrou-se com Ricardo Nunes na última sexta-feira e gravou uma conversa com o prefeito, respondendo a uma série de questionamentos sobre temas sensíveis para os eleitores bolsonaristas, como aborto e a chamada “ideologia de gênero”. Eduardo Bolsonaro também fez críticas públicas a Marçal, em decorrência de uma reportagem do jornal Estadão que revelou o envolvimento de membros do partido de Marçal em um esquema de troca de carros de luxo por cocaína com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

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