SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Rússia fez um pedido formal de acesso a Pavel Durov, CEO do Telegram, que foi preso na França na noite do último sábado (24). A solicitação foi feita pela embaixada russa em Paris e encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores francês. A informação foi divulgada pela agência de notícias russa Tass.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, informou: “Logo após tomarmos conhecimento de sua prisão, nossa embaixada em Paris entrou em contato com as autoridades locais e formalizou um pedido ao Ministério das Relações Exteriores francês solicitando acesso a Pavel Durov”.
Além do acesso, a Rússia está pedindo garantias de que os direitos de Durov serão respeitados. As autoridades russas também solicitam que a França explique os motivos que levaram à prisão do CEO do Telegram. Até o momento, as autoridades francesas têm evitado cooperar plenamente no esclarecimento do caso, como destacado em comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo. A imprensa francesa reporta que Durov está sendo acusado de crimes como terrorismo, tráfico de drogas, fraude, lavagem de dinheiro e posse de material pornográfico envolvendo menores.
Pavel Durov foi detido por volta das 20h (horário local, 15h em Brasília) no aeroporto de Bourget, em Paris. De acordo com emissoras francesas, a prisão ocorreu em cumprimento a um mandado emitido como parte de uma investigação preliminar sobre a suposta falta de moderação de conteúdo no Telegram.
O Telegram, que tem sede em Dubai, foi criado por Durov, nascido na Rússia. Ele deixou o país em 2014 após se recusar a atender exigências para encerrar grupos de oposição em sua anterior plataforma, a rede social VK, a qual ele posteriormente vendeu.
Com sua fortuna estimada em US$ 15,5 bilhões pela Forbes, o fundador do Telegram afirma que governos tentam exercer pressão sobre ele, mas reforça a postura do aplicativo, que conta com 900 milhões de usuários ativos, como uma “plataforma neutra” que não se envolve em questões geopolíticas.

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