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A taxidermia é uma técnica que consiste em preservar animais empalhados após sua morte. Essa prática tem sido utilizada para imortalizar animais de estimação ou até mesmo como forma de conservação de espécies raras. Um exemplo disso é o Poodle de estimação exibido após passar por esse processo.
Outro caso curioso é o do Gato da raça calico, que faleceu de causas naturais e foi submetido à taxidermia. Essa técnica permite que os tutores possam manter uma lembrança física de seus animais de estimação, preservando sua forma e características distintivas.
Além de cães e gatos, pequenos animais também podem passar pelo processo de taxidermia, como é o caso do Hamster pigmeu. Essa prática pode despertar discussões éticas, mas para alguns é uma maneira de honrar a memória de um animal de estimação querido.
Um exemplo extremo da taxidermia é o caso de Gigio, um cão que foi empalhado por seu próprio dono. Essas situações levantam questões sobre os limites éticos e morais dessa prática, gerando opiniões diversas na sociedade.
Um exemplo peculiar é o cachorro caolho, com coração também empalhado, após passar pelo processo de taxidermia. Essa prática não é amplamente aceita por todos, mas para alguns pode representar uma forma de manter viva a memória de um animal de estimação especial.
Outro exemplo é o Canarinho que pertencia à madrinha de Monique, que também foi submetido à taxidermia. Cada caso suscita reflexões sobre a relação das pessoas com seus animais de estimação e até que ponto é aceitável utilizar a taxidermia como forma de memória e homenagem aos pets.
A taxidermia, apesar de polêmica, continua a ser uma prática presente em alguns círculos, permitindo que pessoas expressem seu amor por seus animais de estimação de maneiras únicas. Cada caso levanta debates sobre ética, respeito e o significado do vínculo entre humanos e animais.Lucas relata que o seu primeiro trabalho remunerado foi com “um falcão de estimação” e ele recebe, em média, R$ 5 mil por mês.
“Aos poucos, fui lidando com animais de estimação. Comecei com os pets, e só depois tive contato com animais desamparados, principalmente de uma fazenda, onde adquiro coelhos e galinhas que falecem. Compro deles e vendo no Instagram, sem devolvê-los aos donos originais”, explica o taxidermista.
O profissional também menciona que comercializa animais de estimação doados por pessoas que não desejam mantê-los em casa ou optam por não enterrá-los, e aborda a questão do luto.
“Eu lido de forma muito natural com a morte, sempre a encarei como um aspecto natural da vida e inevitável. Não podemos fugir disso. Essa parte não me entristece, mas a parte mais desafiadora é lidar com a tristeza das pessoas. Independentemente do motivo, se a pessoa tem empatia, vai sofrer com a tristeza alheia. Essa parte acaba sendo mais complicada. Às vezes, atuo como um ombro amigo para alguém que não conheço”, relata o profissional.
Amiga de Lucas, Monique Schreiener, de 30 anos, perdeu um rato twister de estimação e, após a perda, decidiu que o profissional realizasse a taxidermia do animal.
“Ele fez duas peças para mim: a taxidermia e o crânio dela. Gostei bastante, pois senti que foi uma homenagem para ela, mas sei que estou mais acostumada com esse tipo de trabalho devido à faculdade”, compartilhou Monique, formada em ciências biológicas e que já praticou taxidermia.
Monique também mencionou que o profissional empalhou passarinhos de estimação da família para ela. Permitiu que ele empalhasse um canarinho que tinha pertencido à sua madrinha.
“O canarinho ele fez para a minha madrinha, e ela até chorou quando o recebeu, pois era muito apegada a ele. O que ela mais apreciou foi que ele foi empalhado nessa posição [em pé], parecendo que estava vivo e olhando a plantinha”, destacou.
### Lidar com o luto
A psicóloga e fundadora do Instituto Entrelaços, Erika Pallottino, especialista em luto e perdas, explica que é fundamental contextualizar a história de vida da pessoa que perdeu o animal.
De acordo com ela, “práticas como essa revelam muito sobre a dificuldade em lidar com o desconforto e a perda”.
O empalhamento de animais pode ser encarado de maneiras diferentes pelas pessoas, sendo considerado um facilitador por alguns e um complicador por outros. Durante o processo de luto, essa prática pode ser vista como um obstáculo por prolongar o sofrimento ou como um elo que necessita de transformação – uma ligação construída ao longo da vida em relação a uma pessoa ou a um animal. Com a perda desse animal, é crucial compreender o espaço emocional que ele ocupava na vida do tutor”, ressalta a psicóloga.
Erika aponta que, em certos casos, a taxidermia “pode impedir que a pessoa avance emocionalmente” e que o “processo de luto é dinâmico, envolvendo uma evolução emocional que lida com a dor e o sofrimento, indicando que a relação sofreu uma transformação e que novos vínculos estão sendo construídos”.
De acordo com a profissional, o animal nunca será completamente esquecido, mas é possível surgir o desejo por outro animal e a construção de uma nova narrativa afetiva.
“Esse animal, ao passar por um procedimento como este, deixa de estar vivo; ele não interage, não sai para passear, não dorme mais na cama. O tutor chega em casa e não é mais recebido. As repercussões disso precisam ser consideradas. Esse animal modificará efetivamente a relação com o tutor. Qual é a ideia e o propósito por trás da taxidermia? Devemos questionar por que esse procedimento está sendo realizado e com que intenção se espera estabelecer essa relação”, explicou Erika.
A profissional destaca que o processo de luto pode ser interrompido ou estagnado, fazendo com que a pessoa fique “preso na dor” ao optar por empalhar o animal.
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