O comandante do time do Palmeiras, Abel Ferreira, foi novamente derrotado em sua batalha legal contra o jornalista da Jovem Pan, Mauro Cezar. Na terça-feira (27), a 12ª Câmara de Direito Criminal de São Paulo rejeitou o recurso apresentado por ele no processo em que acusava o jornalista de difamação. O acórdão votado pelos desembargadores indicou que “Mauro Cezar não fez comentários genéricos sobre a pessoa de Abel Ferreira, mas apenas fez críticas a respeito de uma declaração específica. Além disso, não atribuiu suas críticas à pessoa do reclamante, mas sim ao conteúdo de algumas declarações que, em sua opinião, eram comuns a treinadores europeus”. Durante uma entrevista à Jovem Pan, o advogado João Chiminazzo, que representou Mauro nos dois processos, comentou sobre a vitória do jornalista.
“Abel moveu uma ação criminal contra Mauro para investigar possíveis crimes – xenofobia, injúria, difamação, calúnia – e pediu uma compensação por danos morais, alegando que sua reputação foi prejudicada”, explicou o advogado que representou Mauro. “O processo civil teve andamento mais rápido que o criminal, e a ação foi considerada procedente, ou seja, Abel não teve direito a nenhum tipo de indenização de Mauro”, continuou. “A sentença do processo criminal saiu logo em seguida, também afirmando que Mauro não havia cometido nenhum crime, apenas exerceu seu direito como jornalista. As falas não foram agressivas, não ocorreu nenhum crime”. No entanto, a decisão deixou Abel insatisfeito, levando-o a recorrer ao Tribunal de Justiça, mas mais uma vez foi derrotado, já que a justiça paulista manteve a decisão original, concluindo que nenhum crime foi cometido.
Esse foi o último recurso que Abel poderia apresentar na Justiça estadual. Caso ele queira contestar a decisão, será necessário recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça, em Brasília. João Chiminazzo considera improvável que isso ocorra, pois as chances de sucesso para o português são mínimas. O desentendimento entre Abel e Mauro teve origem em julho de 2022, quando o jornalista chamou o treinador do Palmeiras de “colonizador” após o português, em uma coletiva de imprensa, declarar que os jogadores brasileiros precisavam evoluir em termos de formação. “De longe, são os melhores que já treinei, mas mentalmente têm muito a evoluir, em termos de educação, formação como homens”, comentou o técnico sobre Gabriel Veron. Em resposta à declaração de Abel, Mauro classificou como “papo de colonizador”, criticando a postura do treinador. Abel já havia perdido o primeiro processo em que pleiteava uma indenização de R$ 50 mil por danos morais, alegando que as falas do jornalista eram injuriosas e xenofóbicas.
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