Depois de seis dias consecutivos em queda, acumulando uma desvalorização de 5,08%, o dólar registrou uma alta moderada nesta quarta-feira (14) no mercado nacional, mantendo-se abaixo de R$ 5,50. Os operadores indicam que o dia foi marcado por ajustes, realização de lucros e também recomposição parcial de posições defensivas devido ao aumento das incertezas políticas internas. Pela manhã, a moeda chegou a ensaiar uma nova queda, mas após a leitura da inflação ao consumidor nos EUA em julho, que ficou dentro das expectativas, consolidou a aposta de um possível corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, em setembro, com chances praticamente equilibradas entre 25 pontos e 50 pontos-base. Com mínima a R$ 5,4292 e máxima a R$ 5,4872, o dólar à vista encerrou a sessão de quarta-feira em alta de 0,36%, cotado a R$ 5,4693.
Apesar do avanço de hoje, a moeda apresenta uma queda de 0,83% na semana e uma desvalorização de 3,29% em agosto. No radar do Congresso, deputados e senadores estão avaliando a realização de uma sessão conjunta nesta semana para aprovar mudanças nas chamadas “emendas PIX”, após o ministro Flávio Dino, do STF, demandar mais transparência no repasse de recursos. Outro ponto de destaque é o projeto de renegociação da dívida dos Estados com a União, que deve ser votado no Senado ainda hoje. As modificações propostas pelo senador Davi Alcolumbre (UniÃo-AP) foram consideradas positivas pela equipe econômica, uma vez que não impactariam no resultado primário. Também em pauta dos senadores estão medidas para compensar as perdas com desoneração da folha de pagamentos.
A tarde, o Banco Central divulgou que o fluxo cambial em agosto, até o dia 9, foi negativo em US$ 302 milhões, resultado de uma saída líquida de US$ 1,374 bilhão pelo canal financeiro e uma entrada líquida de US$ 1,072 bilhão via comércio exterior. Em julho, o fluxo total foi positivo em US$ 1,743 bilhão. No exterior, o termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, o índice DXY, que havia atingido uma mínima de 102,270 pontos pela manhã devido à inflação ao consumidor nos EUA, zerou a queda ao longo da tarde e passou a operar em ligeira alta, acima de 102,600 pontos.
O desempenho do dólar foi diversificado em comparação com moedas emergentes e exportadoras de commodities, em um dia de queda do petróleo e minério de ferro. Entre os pares do real, caiu em relação ao peso mexicano e rand sul-africano, mas subiu em relação ao peso chileno, impactado pela queda do cobre e pela disputa trabalhista que ameaça paralisar a maior mina de cobre do mundo, localizada no país.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira
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