Boulos chama Marçal e Nunes de ‘falsos profetas’ em ato para receber apoio de evangélicos

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Guilherme Boulos, candidato a prefeito pelo PSOL, referiu-se a “falsos profetas” em um ato para receber apoio de evangélicos, onde mencionou o “bandido” Pablo Marçal (PRTB) e o “incompetente” Ricardo Nunes (MDB). Durante o evento, houve orações, profecias sobre sua eleição, uma homenagem a Jesus e a entoação do hino “Segura na Mão de Deus”.

O objetivo do encontro foi quebrar barreiras e promover a aproximação com um grupo que historicamente tem resistido à esquerda, conforme destacado pelo pastor Ribamar Passos, líder da Assembleia de Deus. A intenção não é transformar os evangélicos em militantes de esquerda, tampouco converter Boulos à religião.

Valorizar aqueles que trabalham em prol do povo, fornecendo comida e amparando os desabrigados, foi o ponto enfatizado pelo candidato. Um reconhecimento à sua trajetória no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, frequentemente utilizado por opositores para denegrir sua imagem.

Ao discursar, Boulos ressaltou a participação ativa de evangélicos na luta por moradia em São Paulo, elogiando sua persistência. Criticou a postura hipócrita de alguns que enaltecem valores familiares, mas não se dedicam a causas fundamentais como abrigo e alimentação.

Ao mencionar os falsos profetas, Boulos não titubeou em apontar Marçal e Nunes como exemplos, acusando-os de difundirem mentiras sobre sua campanha. Ele exortou seus seguidores a agirem como disseminadores da verdade, lembrando de falsas notícias sobre Lula que circularam no passado.

O candidato procurou estabelecer uma conexão com o segmento religioso, enfatizando a busca por justiça social em comum. Sua fala destacou a necessidade de coexistência harmoniosa na cidade e ressaltou a afinidade entre as políticas que defende e os valores cristãos de solidariedade.

Boulos aposta em uma abordagem que prioriza a melhoria das condições de vida dos fiéis para se reaproximar da base evangélica. Diferentemente de pleitos anteriores, o tom adotado foi menos agressivo em relação ao bolsonarismo, optando por uma linguagem mais familiar aos crentes, destacando a importância da Bíblia.

Em suma, a estratégia do deputado busca estabelecer vínculos com a comunidade evangélica por meio de valores compartilhados e ênfase na justiça social, evitando confrontos diretos e privilegiando uma abordagem mais conciliatória e próxima da realidade dos evangélicos.O ambiente evangélico tem sido palco de debates intensos durante a campanha eleitoral. O pastor Uilian Corcino, da Assembleia de Deus, afirmou que sua escolha de não votar em Boulos se baseia em critérios cristãos, não ideológicos. Ele destacou a importância da Sagrada Escritura, rejeitando a associação automática dos evangélicos com o bolsonarismo ou a extrema direita.

Apesar dos esforços, a aceitação de perfis de esquerda entre os evangélicos ainda é desafiadora. Pesquisas indicam que Boulos ocupa a quarta posição nesse eleitorado, atrás de Marçal, Nunes e José Luiz Datena. A resistência a candidatos progressistas tem crescido, impulsionada por uma campanha anti-esquerda liderada por líderes religiosos influentes.

Muitas vezes, Boulos é alvo de boatos, como a acusação de ateísmo, o que pode impactar sua relevância eleitoral. No entanto, o candidato se declara cristão ortodoxo e destaca sua formação religiosa. Pastor Ariovaldo Ramos, representante do nicho progressista evangélico, mostra preocupações sociais e espera compromisso do futuro governante, mesmo reforçando a laicidade do Estado.

Ramos elogiou a atuação de Boulos na campanha, reconhecendo avanços em relação ao pleito anterior. A análise do pastor aponta para uma divisão no eleitorado evangélico, com aproximadamente 30% não optando por Bolsonaro em 2022, abrindo possibilidades de diálogo com diferentes igrejas e lideranças.

A dinâmica da base evangélica é descrita como fluida por Ramos, o que sugere a possibilidade de mudanças a partir de discursos e propostas apresentadas. É destacado que não há um alinhamento automático com pastores bolsonaristas, pois Pablo Marçal, por exemplo, conquistou parte desse eleitorado mesmo sem apoio de lideranças tradicionais.

Durante uma conversa com a imprensa, Boulos abordou um tema sensível para os cristãos, o aborto. Ele ressaltou a importância de cumprir a legislação vigente, indicando uma postura de respeito às leis, mesmo em temas controversos como o serviço de aborto legal em unidades de saúde, como o Hospital Municipal e Maternidade Vila Nova Cachoeirinha.

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