Edilson Gonçalves Vieira era um dos pioneiros de Brasília, tendo chegado à capital em uma das primeiras levas de trabalhadores que ajudaram a construir a cidade. Além de ter sido pedreiro e contribuído para a construção do imponente Congresso Nacional, foi sua trágica morte que o destacou nos noticiários. Aos 86 anos, Edilson foi atropelado por uma caminhonete enquanto pedalava em frente à igreja que frequentava no Gama.
Para seus familiares, a tragédia foi especialmente chocante devido ao falecimento repentino. Um dos sete filhos, Edmilson, relembra que seu pai desfrutava de boa saúde, fazia exames regularmente e a família esperava tê-lo por muitos anos ainda. Edilson costumava visitar seu irmão de bicicleta todos os domingos, percorrendo os cerca de 700 metros que separavam as residências.
Edmilson destaca a atitude ativa de seu pai: “Ele fazia esse trajeto regularmente, era uma pessoa muito ativa, nada o impedia de seguir em frente”. O triste acidente ocorreu na quadra 8 do setor Sul do Gama, quando uma caminhonete Amarok colidiu com o idoso. Edilson sofreu uma parada cardiorrespiratória, e apesar dos esforços dos socorristas por 40 minutos, infelizmente não foi possível salvá-lo.
Edilson era conhecido por ser um voluntário ativo na comunidade, dedicando-se a pregar as palavras do evangelho e distribuir alimentos para pessoas em situação de rua. Sua dedicação e generosidade eram evidentes para todos aqueles que cruzavam seu caminho. Além disso, ele era um membro ativo da Assembleia de Deus, onde encontrava sua força espiritual.
O trágico acidente que tirou a vida de Edilson envolveu um motorista que, segundo testemunhas, tentou se desfazer de uma garrafa de cerveja após atropelar o idoso. O condutor, que se recusou a fazer o teste do bafômetro, estava sob a influência de álcool, o que resultou em sua prisão em flagrante. Ele responde por “auto de constatação de embriaguez” e também é investigado por fraude processual e acidente com vítima fatal.
Apesar da tragédia, a família de Edilson demonstra não nutrir sentimentos de revolta diante da situação. Seu filho, Edmilson, ressalta as qualidades do pai, destacando-o como um esposo amoroso, um bom pai e um avô e bisavô querido. A comunidade onde Edilson vivia perdeu não apenas um ente querido, mas um exemplo de solidariedade e compaixão.
Edilson deixou um legado de amor e cuidado para sua família, composta por sete filhos, 19 netos e seis bisnetos. Sua história de vida se entrelaça com Brasília, cidade que escolheu para construir sua família e deixar sua marca. Seu velório foi marcado por emoção e saudade, refletindo o impacto positivo que ele teve na vida daqueles que o cercavam.
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o acidente com rigor, apontando a responsabilidade do motorista da Amarok. O inquérito segue em segredo de justiça na 20ª Delegacia de Polícia do Gama. A comunidade clama por justiça e espera que a memória de Edilson seja honrada por meio de medidas apropriadas.
A generosidade e o espírito solidário de Edilson permanecerão vivos nas memórias daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Sua partida deixa um vazio nas atividades voluntárias em que tanto se dedicava, mas seu exemplo ecoará como um convite para que outros sigam seu legado de amor ao próximo e compromisso com a comunidade. Que sua luz siga iluminando os corações daqueles que o amavam.
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