A CBF anunciou na segunda-feira (19) o relatório do polêmico jogo entre São Paulo e Palmeiras, vencido por 2 a 1 no Allianz Parque no domingo (18). Na súmula, o árbitro Raphael Claus confirma as expulsões de Zé Rafael e Rodrigo Nestor, que se envolveram em uma briga no túnel de acesso aos vestiários, e relata ter sido intimidado pelo diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros. Além disso, descreve o arremesso de objetos no campo, incluindo um tênis. Zé Rafael e Nestor não foram expulsos na hora da confusão porque Claus e os demais membros da equipe de arbitragem não presenciaram o incidente e não tiveram tempo de advertir os jogadores antes que se dirigissem aos vestiários. O VAR sugeriu ao árbitro que analisasse as imagens captadas no túnel.
“Após o fim da partida e antes de deixar o campo, o VAR me recomendou revisar um confronto entre dois jogadores no túnel de acesso aos vestiários. Ao analisar, observei uma conduta violenta do jogador número 08, José Rafael Vivian, do Palmeiras, agarrando o pescoço de Rodrigo Nestor Bertalia, número 11 do São Paulo, com uso de força excessiva. Nestor revidou com um soco no rosto de seu adversário. Ambos foram expulsos, mas não receberam o cartão vermelho porque se dirigiram imediatamente aos vestiários após o conflito”, relata Claus.
Claus também descreveu a expulsão de João Martins, assistente de Abel Ferreira no Palmeiras, nos acréscimos do primeiro tempo. Segundo o árbitro, o português “gesticulou de forma provocativa” após uma falta marcada a favor do São Paulo e disparou: “Tem que apitar para os dois lados, seu critério é uma vergonha, a arbitragem aqui é uma vergonha”. Martins precisou ser contido pelos jogadores após receber o cartão vermelho. A expulsão indignou o diretor de futebol do Verdão, Anderson Barros, que confrontou Claus na saída para os vestiários durante o intervalo, conforme registrado na súmula.
No túnel que leva ao vestiário, o Sr. Anderson Barros, diretor de futebol da SE Palmeiras, abordou o árbitro com as seguintes palavras: “‘Claus, qual é o seu problema com a nossa comissão técnica? Se você tem algum problema, é melhor não apitar mais. Você é tendencioso'”, conforme o documento relatado. Após mencionar o comportamento do dirigente, o árbitro descreve novas ofensas proferidas pelo auxiliar João Martins. O árbitro cita: “Informo ainda que o Sr. João Miguel Barreto Martins, auxiliar técnico do Palmeiras, que foi expulso da área técnica, como mencionado acima, repetiu de forma acintosa as seguintes palavras: ‘Você é mentiroso’, por diversas vezes”.
Detalhando o ocorrido, a súmula registra que objetos foram arremessados no gramado aos 27 minutos do segundo tempo, após o gol marcado por Luciano, jogador do São Paulo. O relato indica que “foram arremessados no campo de jogo um pé de tênis branco, um copo descartável com água e um saco plástico contendo pipoca, vindos da direção onde estavam os torcedores do Palmeiras, não atingindo ninguém”. Por fim, Claus atribui a confusão generalizada aos gandulas do Palmeiras, identificados como Marcel Rodrigues Teixeira e Leonardo Ribero, que provocaram os são-paulinos no momento do término da partida.
Durante o jogo, Luciano chutou a bandeira de escanteio com o símbolo adversário, sendo punido com cartão amarelo, por considerarem uma provocação. No final, ele recebeu o segundo amarelo “por calçar o adversário de forma temerária”, resultando em sua expulsão. O auxiliar técnico de Luis Zubeldía (ausente no clássico devido a suspensão), Maxi Cuberas, questionou a aplicação do primeiro cartão em seu jogador. Ele alegou: “Por que deram o primeiro cartão? Na Inglaterra, na Europa, comemoram assim e não se recebe cartão. Ele faz isso como mandante ou visitante. Não agride ninguém. Achamos exagerado, não causou lesão a ninguém, ele faz isso como mandante, não acredito que mereça cartão”.
A irritação manifestada por João Martins e Anderson Barros persistiu após a partida, levando o Palmeiras a decidir que Abel Ferreira não concederia entrevista coletiva. Os jogadores também se abstiveram de dar entrevistas na zona mista. O clube justificou a decisão como uma medida para “evitar que o clima hostil iniciado dentro de campo se estendesse para fora das quatro linhas”.
Com informações do Estadão Conteúdo. Publicado por Marcelo Bamonte.
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