O Corinthians teve suas contas bloqueadas pela Justiça de São Paulo nesta segunda-feira (19) em um processo movido pelo empresário André Cury, que cobra aproximadamente R$ 23 milhões do clube. Cury moveu cinco ações contra a agremiação, totalizando o valor cobrado, que havia sido acordado com a antiga gestão de Duílio Monteiro Alves. A Justiça bloqueou um total de R$ 9.774.229,67, em decisão do juiz Luis Fernando Nardelli.
Essa ação ocorre logo após Cury conseguir bloquear mais de R$ 15 milhões nos ativos financeiros do clube, incluindo cerca de R$ 12,4 milhões de uma conta na Caixa Econômica Federal, destinada ao pagamento do financiamento da Neo Química Arena, e penhorar cotas de TV.
De forma geral, a Justiça tem reconhecido a necessidade de o clube honrar os valores acordados entre o empresário e a gestão anterior, que publicamente, e em documento assinado pouco antes de deixar o cargo, admitiu os débitos com Cury. O empresário e sua empresa, Link, são representados por Adriana Cury, enquanto o Corinthians é defendido pela advogada Débora Vallejo Mariano. A decisão, da 3ª Vara Cível de São Paulo, ainda pode ser objeto de recurso. As informações foram divulgadas pelo Uol.
O bloqueio das contas não será efetivado se o valor encontrado for inferior às custas mínimas iniciais do processo, estabelecidas em R$ 176,80. No acordo assinado por Duílio, ficou combinado que o clube quitaria todas as dívidas com o empresário até 20 de janeiro, data em que Augusto Melo assumiria a presidência.
Além disso, em outra ação movida nesta segunda-feira, o clube teve um recurso indeferido. A Justiça havia determinado que a venda de Carlos Miguel, Wesley, Yuri Alberto, Pedro Raul, Biro e Giovane, todos representados por Cury, não poderia ocorrer sem a quitação das dívidas; se isso acontecesse, o valor deveria ser …
A solução do conflito é o principal objetivo a ser alcançado durante esse processo. Segundo o magistrado Nelson Jorge Júnior, a restrição aplicada não impede a venda, mas visa prevenir a possibilidade de penhora do valor advindo dela. Ele ressaltou que o clube possui outras fontes de recursos financeiros, como patrocínios e renda de bilheteria, que não tornam a venda uma prioridade para cumprir as obrigações legais e contratuais.
De acordo com o balanço financeiro do Corinthians, a dívida bruta do clube já ultrapassou a marca de R$ 2,1 bilhões. Desse valor, aproximadamente R$ 1,4 bilhão refere-se ao estádio, sendo R$ 717,8 milhões provenientes de financiamento com a Caixa. Cury obteve a penhora de uma parte desses valores para quitar seu débito.
Essa decisão judicial destaca a importância de considerar todas as circunstâncias envolvidas em um processo de execução, garantindo que a solução adotada seja justa e equilibrada para todas as partes. A complexidade das questões financeiras e legais envolvidas nesse caso ilustra a necessidade de uma análise cuidadosa e imparcial por parte das autoridades competentes.
A diversificação das fontes de receita do Corinthians, como patrocínios, venda de ingressos, direitos de imagem e lojas especializadas, demonstra a complexidade da situação financeira do clube. A administração eficaz desses recursos e a busca por alternativas viáveis para quitar as dívidas são essenciais para a sustentabilidade e o crescimento da instituição.
A transparência e a responsabilidade na gestão financeira devem ser prioridades para garantir a viabilidade a longo prazo do clube. A busca por soluções que equilibrem as necessidades de todas as partes envolvidas é fundamental para a manutenção da integridade e do funcionamento adequado das instituições esportivas.
Nesse contexto, a atuação do Poder Judiciário desempenha um papel crucial na resolução de conflitos e na garantia do cumprimento das obrigações legais. A decisão do magistrado reflete o compromisso em assegurar a equidade e a justiça nas relações jurídicas, contribuindo para a preservação da ordem e da estabilidade institucional.
Em suma, a complexidade das questões financeiras e legais enfrentadas pelo Corinthians evidencia a importância de uma abordagem cautelosa e criteriosa na busca por soluções que atendam aos interesses de todas as partes envolvidas. A transparência, a responsabilidade e a imparcialidade são princípios fundamentais para a promoção de um ambiente jurídico e financeiro saudável e sustentável.
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