Crime organizado não abre mão do Estado, diz ministro Silvio Almeida

Publicado:

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, durante o Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em Recife (PE) nesta quarta-feira (14/8), destacou que o crime organizado não se desvincula do Estado e enfatizou que direitos humanos e segurança pública são perfeitamente conciliáveis.

Em suas palavras, Almeida ressaltou: “O crime organizado não abre mão do Estado. O crime não consegue se organizar sem estabelecer laços com o Estado, pois somente este tem a capacidade de realizar ações universalizadas, expandir-se em um território e estabelecer procedimentos”.

O ministro ainda pontuou que o crime organizado de certa forma depende do Estado. “Atualmente, o crime organizado busca ocupar posições estratégicas visando desmantelar a estrutura estatal”, afirmou Almeida.

Almeida também afirmou que não há incompatibilidade entre segurança pública, uso da força e respeito aos direitos humanos, dirigindo-se diretamente aos agentes de segurança pública. “Apontar incompatibilidades entre segurança pública e direitos humanos é confrontar a polícia com o próprio Estado”, destacou o ministro.

“Não se deixem levar pela ideia de que respeitar os direitos humanos representa um obstáculo para o desempenho adequado de suas funções. Isso não é verdade”, pontuou Almeida.

Questionou também: “Como as pessoas confiarão no Estado brasileiro se este as coloca constantemente em risco? Se não cumpre com suas responsabilidades? Se os direitos são sistematicamente desrespeitados, as pessoas perdem a confiança”, declarou.

Ao abordar a questão do sistema prisional, Almeida mencionou que as mesmas críticas direcionadas a ele, acusando-o de realizar “rolezinhos” em presídios, foram feitas em relação às condições de aprisionamento dos detentos do dia 8 de janeiro.

Controle da força policial

O ministro criticou aqueles que enaltecem os Estados Unidos, mas não aprovam o controle da força policial. “Alguns gostam dos Estados Unidos, porém não concordam com a ordem democrática norte-americana, inclusive no que diz respeito ao uso da força pelos agentes do Estado”, ponderou.

Almeida acrescentou: “Apreciam coisas como caubóis, Marlboro, filmes de faroeste, que eu também gosto muito. São confederados”, fazendo menção aos estados sulistas dos EUA durante a Guerra Civil.

Por fim, Silvio Almeida mencionou as diversas denúncias recebidas em seu gabinete feitas por policiais que sofrem com sobrecarga mental.

O 18º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ocorrerá até quinta-feira (15/8), aborda os desafios e estratégias para que a segurança seja considerada um direito fundamental. Participam do evento profissionais da segurança pública e do sistema de Justiça, gestores públicos, acadêmicos, pesquisadores e organizações da sociedade civil.

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Suspeito de tráfico é preso com arma e drogas em operação da BPRv em Paripe

Na tarde de sexta-feira (18), uma operação impactante do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) no bairro de Paripe, em Salvador, culminou na prisão...

Mãe de adolescente esquartejada desabafa: “Não sei como sobreviver”

No interior de São Paulo, a tragédia envolvendo a jovem Nicolly Fernanda, de apenas 15 anos, abalou não apenas sua família, mas toda...

Justiça determina exclusão de vídeos com música de Chico Buarque utilizado por perfis de direita

Chico Buarque, renomado cantor e compositor, conquistou uma importante vitória legal ao enfrentar o uso indevido de suas músicas nas redes sociais por...