GO: preso por queimar 700 hectares disse que motivação foi política

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O indivíduo que foi preso por iniciar incêndios em fazendas de Goiás no último sábado (24/8) declarou em depoimento na delegacia que a razão por trás do incêndio criminoso foi de natureza política. Ele alegou ter recebido cerca de R$ 300 para provocar as chamas na propriedade de um adversário político.

“Ele afirmou que a motivação tinha cunho político, apesar de não ter detalhes sobre os acontecimentos. O mandante do ato não revelou a identidade do dono da terra, apenas disse que se tratava de um opositor político”, revelou em depoimento Lucas Vieira de Lima, de 29 anos, que trabalha como salgadeiro e foi detido em Bom Jardim (GO), próximo à divisa com Mato Grosso.

A Polícia Militar estima que aproximadamente 700 hectares tenham sido queimados. “O estrago causado é incalculável”, afirmou a PM. Lucas alega ter problemas psiquiátricos.

Assista ao vídeo da prisão:

Assim como outras áreas do país, Goiás enfrenta uma onda de incêndios florestais. Na tarde de sábado, uma equipe do Batalhão Rural da PM reforçou o patrulhamento na região de Caiapônia (GO) devido a diversas denúncias de incêndios.

Envolvimento político

Lucas foi pego em flagrante por uma equipe dessa patrulha enquanto tentava incendiar um pasto às margens da rodovia BR-158, entre as cidades de Piranhas (GO) e Bom Jardim (GO). Ele admitiu o crime e apontou a identidade de um mandante, um pedreiro de 33 anos chamado Rogério Silva, também residente na região.

A reportagem tentou contatar esse suposto responsável pelo crime, porém ele negou veementemente ter ordenado o incêndio.

“Eu não tenho envolvimento político. Eu trabalho com construção civil, sei das dificuldades causadas pelos incêndios. Não tenho nada a ver com isso, que Deus me livre”, afirmou Rogério.

O pedreiro disse reconhecer Lucas de vista, pois o salgadeiro trabalha em uma lanchonete frequentada por motoristas de caminhão na região.

Falta de confirmação e esquizofrenia

O delegado responsável pelo caso, Fábio Marques, informou que a alegada motivação política e o suposto mandante do crime foram mencionados informalmente à polícia. “Até o momento, não há confirmação disso nos registros oficiais. O que consta até agora é a intenção de causar danos”, declarou ao Metrópoles.

O delegado afirmou que solicitou uma inspeção para avaliar os danos causados pelo incêndio e que ainda não foi esclarecido se a fazenda destruída pertence a um político. A investigação está a cargo da delegacia de Aragarças (GO). Durante a prisão, a polícia apreendeu o celular e R$ 307 em dinheiro que estavam com o salgadeiro.

Após uma audiência de custódia no domingo (25/8), Lucas Vieira foi liberado. A juíza Leila Cristina concedeu a liberdade provisória sob a condição de que o salgadeiro não se envolva em atividades políticas, principalmente durante o período eleitoral.

Foi determinado que Lucas se apresente a cada quinze dias em uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) para receber tratamento psiquiátrico. O salgadeiro alegou ter sido diagnosticado com esquizofrenia.

Residindo em Piranhas (GO) com seu filho de 4 anos, Lucas não retornou às tentativas de contato da reportagem com seu advogado até a publicação desta matéria. O canal de comunicação permanece disponível para possíveis esclarecimentos.

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