O grupo conhecido como Hamas rotulou, nesta terça-feira (20), a mais recente proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza como um “golpe de Estado”. A proposta, segundo os Estados Unidos, foi aceita por Israel, no entanto, o Hamas considera que não atende duas de suas principais exigências anteriores: um cessar-fogo total no enclave e a saída do Exército israelense. O grupo islâmico afirmou em comunicado que o que foi apresentado constitui um golpe de Estado contra o acordo de 2 de julho, baseado na declaração de Biden de 31 de maio e na Resolução 2.735 do Conselho de Segurança de 11 de junho. Além disso, criticaram a proposta como uma resposta e aceitação às novas condições estabelecidas por Netanyahu.
O Hamas também se manifestou contra as declarações feitas pelo presidente dos EUA, Joe Biden, na noite anterior (19), classificando- as como “enganosas” e “enviesadas”. Biden mencionou que o grupo está se afastando de um possível acordo e reiterou o interesse em acabar com a agressão israelense, no entanto, o Hamas discordou dessa análise. Os EUA propuseram diversos textos de trégua em junho e julho, que o Hamas aceitou previamente, mas Netanyahu acrescentou novas condições recentemente, incluindo o controle de corredores estratégicos e a presença militar israelense em Gaza.
Segundo os vazamentos divulgados, a última proposta prevê um cessar-fogo permanente em uma fase posterior, com condições a serem negociadas após a conclusão da primeira fase. Israel teria permissão para retomar operações militares se as exigências não fossem cumpridas. O texto não contempla a retirada completa das tropas israelenses de Gaza, o que é uma exigência do Hamas. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou que Netanyahu aceitou a proposta e instou o Hamas a fazer o mesmo. Ele destacou a importância de os esforços serem concentrados na libertação de reféns vivos na primeira fase da negociação.
Em resumo, o Hamas rejeita a proposta de cessar-fogo em Gaza, considerando-a uma afronta ao acordo anterior e uma demonstração de favorecimento às demandas de Netanyahu. O impasse continua entre as partes envolvidas, com os EUA atuando como mediador para buscar uma solução que atenda aos interesses de ambas as partes em conflito. A situação permanece delicada e a busca por uma trégua duradoura continua sendo um desafio no cenário internacional.
*Com informações da EFE Publicado por Marcelo Bamonte
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