A reeleição de Zé Cocá (PP) em Jequié pode receber um apoio significativo, com uma redução nas críticas à sua administração. De acordo com informações apuradas pelo Bahia Notícias, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) indicou a líderes do PP que não planeja realizar uma campanha ativa na cidade, onde os progressistas têm o maior eleitorado do estado.
A participação de Jerônimo na disputa eleitoral municipal deve se limitar a vídeos gravados e material de campanha coordenado. Se visitar a cidade durante a campanha, o governador não deverá fazer críticas a Zé Cocá, cuja reeleição é considerada certa pelo governo estadual. Essa estratégia também seria uma maneira de atrair o PP para a base aliada, já que o partido almeja retornar à base governista.
Além disso, fontes próximas à cúpula do governo sugeriram que o pacto envolveria a nomeação de um representante do partido na Secretaria de Planejamento. Essa pasta já foi ocupada pelo PP, com o ex-vice-governador João Leão, que foi exonerado no início de 2022 devido a mudanças nas eleições daquele ano. Atualmente, Cláudio Peixoto ocupa o cargo, mas deverá deixá-lo em breve.
O adversário de Zé Cocá em Jequié é Alexandre Iosseff (PSD), ex-diretor da Santana Casa na cidade e aliado do deputado federal Antonio Brito (PSD). Alexandre também é irmão do deputado estadual Hassan Iosseff, do PP e aliado do prefeito. Recentemente, Brito e Cocá tiveram um desentendimento durante uma visita do governador Jerônimo Rodrigues à cidade, para a entrega da Unacon no Hospital Prado Valadares.
Dentro do PP, Zé Cocá possui uma relação próxima com o deputado federal João Leão e com o secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão, que defendem a permanência do partido na oposição. No entanto, o prefeito já declarou em entrevistas que não descarta negociar com Jerônimo e pretende seguir as diretrizes partidárias.
Recentemente, Jerônimo se encontrou com o presidente do PP na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior. Cocá elogiou a escolha de Negromonte para liderar o partido desde sua posse.
Avalia-se internamente que o maior obstáculo para reconstruir a relação com o governo seja o próprio PP, que enfrenta debates internos intensos. Com a definição dos palanques, os acordos podem ser mantidos, desde que uma condição seja atendida: a participação integral do partido na base.
O consenso foi unânime entre os consultados, uma vez que o PP tem sua bancada de deputados estaduais apoiando o governo, inclusive participando das discussões do Conselho Político. No entanto, a ala ligada a João Leão tem mostrado resistência em aderir, preferindo apoiar o grupo liderado pelo ex-prefeito ACM Neto.
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