O renomado cantor gospel Kleber Lucas teve uma conversa reveladora com o jornalista Guilherme Amado, do renomado veículo Metrópoles. Durante a entrevista, Kleber abordou uma diversidade de tópicos, desde o impacto de descobrir que Caetano Veloso havia interpretado uma de suas canções em um show, até reflexões profundas sobre o crescimento da comunidade evangélica no Brasil e os obstáculos enfrentados pela música gospel diante do preconceito e racismo.
Surpresa com a homenagem de Caetano Veloso
No início da entrevista, Kleber Lucas compartilhou sua surpresa e emoção ao saber que Caetano Veloso tinha escolhido cantar sua música “Deus Cuida de Mim” durante uma apresentação recente. O cantor relembrou que estava em um jantar em Vitória, Espírito Santo, quando começou a receber diversas mensagens de amigos e colegas, informando-o sobre essa homenagem inesperada.
“Foi uma experiência incrível, afinal é o Caetano Veloso, uma experiência verdadeiramente única que me deixou extremamente feliz”, compartilhou Kleber, enfatizando a importância desse reconhecimento vindo de um ícone da música brasileira.
Crescimento dos evangélicos no Brasil
O diálogo também abordou o notável aumento da população evangélica no Brasil, um fenômeno mencionado por Caetano Veloso antes de interpretar a música de Kleber. O cantor destacou como a música gospel se tornou o segundo gênero musical mais popular do país, perdendo apenas para o sertanejo.
Kleber elogiou a percepção de Caetano sobre a importância desse movimento, que não apenas reflete o crescimento numérico dos evangélicos, mas também o impacto cultural que essa comunidade exerce na sociedade brasileira.
Desafios do preconceito e racismo na música gospel
Um dos pontos mais profundos da entrevista foi a reflexão de Kleber Lucas sobre os desafios enfrentados pela música gospel devido ao preconceito e racismo enraizados na sociedade brasileira. O cantor comparou o atual preconceito contra a música gospel com o que o sertanejo enfrentou no passado, sendo inicialmente menosprezado antes de conquistar o status de um dos gêneros mais populares do país. Kleber também discutiu como o racismo se manifesta na rejeição a expressões culturais negras, especialmente em contextos religiosos.
Kleber compartilhou experiências de discriminação ao longo de sua carreira, mencionando situações em que foi impedido de tocar certos instrumentos em igrejas por serem considerados “profanos”. “Já vivi momentos em que fui barrado na entrada de uma igreja devido ao corte do meu cabelo”, revelou. Ele criticou a ignorância e intolerância presentes em certos setores da sociedade, destacando a importância de promover uma visão mais inclusiva e respeitosa para todos.
Influência da música afro-diaspórica
Outro ponto abordado por Kleber foi a influência da música afro-diaspórica em sua trajetória musical. O cantor explicou como incorporou elementos dessa cultura em sua identidade musical, ressaltando que, no Brasil, muitas expressões culturais foram injustamente estigmatizadas pelos cristãos, algo que ele considera como um grande equívoco. Kleber enfatizou que a diversidade cultural é uma riqueza e que é essencial reconhecer e valorizar as diversas influências que compõem a identidade musical brasileira.
Engajamento político e papel da crítica
Por fim, Kleber Lucas abordou seu envolvimento na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 e refletiu sobre o papel da crítica na esfera política. Ele ressaltou a importância de manter uma postura crítica e exigente em relação ao governo, mesmo tendo apoiado Lula, buscando sempre o melhor para o país. Kleber expressou preocupação com a polarização política que dividiu o Brasil nos últimos anos, defendendo a relevância do diálogo e da reconciliação como caminhos para uma sociedade mais harmoniosa.
Assista à entrevista completa:
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