Maduro anuncia envio de manifestantes venezuelanos para prisões de segurança máxima
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, revelou nesta quinta-feira (01) que está organizando a transferência dos manifestantes detidos durante os protestos que surgiram após sua reeleição questionada para prisões de segurança máxima. Maduro afirmou: “Estou preparando duas prisões que devo ter prontas em 15 dias, já estão sendo reparadas”, durante um discurso transmitido pelo canal estatal VTV. Ele ainda acrescentou: “Todos os manifestantes serão encaminhados para Tocorón e Tocuyito, unidades prisionais de segurança máxima”, se referindo a duas prisões que estavam sob o controle de gangues e foram assumidas pelas forças de segurança no ano passado.
Por exemplo, Tocorón era o quartel-general da temida gangue ‘Trem de Aragua’. Desde o início dos protestos contra a reeleição de Maduro, considerada fraudulenta pela oposição, mais de mil pessoas foram detidas. Maduro disse: “Já capturamos mais de 1.200 pessoas e estamos procurando outras mil. Vamos capturar todos, pois foram treinados nos Estados Unidos, no Texas; na Colômbia, no Peru e no Chile”, sob intensa pressão internacional por maior transparência nos resultados eleitorais.
Maduro rotula os manifestantes como “terroristas”, “delinquentes” e integrantes de “gangues de nova geração”, comparando-os às gangues no Haiti e às ‘maras’ da América Central. Ele asseverou: “Querem transformar a Venezuela em um novo Haiti” e acrescentou: “Ainda há muito a percorrer, então que sejam construídas estradas”, fazendo menção à “reeducação” que será implementada nessas prisões. Os protestos resultaram na morte de pelo menos 11 civis e um militar. A oposição estima que o número de mortos seja de 16.
Liderados por María Corina Machado e seu candidato, Edmundo González Urrutia, os opositores denunciaram uma “escalada cruel e repressiva do regime”. Durante os protestos, estátuas do falecido ex-presidente Hugo Chávez foram derrubadas e alguns painéis com o rosto de Maduro que cobrem as avenidas de todo o país foram vandalizados.
*Com informações da AFP
Por Marcelo Bamonte
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