O Ministério Público de São Paulo está conduzindo uma investigação sobre um esquema de milícia que operava na Cracolândia, no centro da cidade de São Paulo, envolvendo guardas civis metropolitanos (GCMs). Marcelo Dutra de Almeida, cedido para o gabinete do vereador evangélico Gilberto Nascimento Júnior (PL), é apontado como um dos participantes da milícia que extorquia comerciantes na região, cobrando por serviços de segurança. O grupo, liderado por Elisson de Assis, ex-GCM expulso da corporação, movimentou cerca de R$ 3 milhões em um ano, criando um ambiente de insegurança e forçando comerciantes a contratar seus serviços.
As autoridades afirmam que o esquema envolvia o direcionamento de dependentes químicos para as proximidades de estabelecimentos comerciais, visando pressionar os comerciantes a contratarem serviços de segurança oferecidos pela milícia. Elisson detinha 49% das ações de uma empresa de monitoramento vinculada ao esquema, enquanto sua sócia, Jaqueline Cristina Rocha Pires, possuía 51% das ações. As investigações também apuram se os guardas envolvidos atuavam durante o expediente oficial, o que poderia agravar a conduta dos investigados.
A operação resultou na prisão de seis pessoas, incluindo um líder da facção criminosa PCC, Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Léo do Moinho, buscando desmantelar diversos núcleos criminosos na região. A assessoria do vereador Gilberto Nascimento Júnior informou que o GCM em questão não está mais lotado em seu gabinete desde o dia 7 de agosto, retornando à corporação para a apuração dos fatos.
Com os desdobramentos em andamento, a investigação busca esclarecer a extensão do esquema de milícia na Cracolândia e a participação de outros membros da corporação. A atuação ilegal de agentes públicos e a exploração da vulnerabilidade de dependentes químicos para benefício próprio demonstram a gravidade da situação. O envolvimento de autoridades eleitas, como o vereador Gilberto Nascimento Júnior, levanta questões sobre a fiscalização e transparência na gestão pública, sendo fundamental garantir a responsabilização dos envolvidos e a implementação de medidas para coibir práticas criminosas desse tipo.
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