Miss São Paulo sofre ataques racistas e caso vai parar na polícia

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Receber o título de campeã de um concurso de beleza deveria ser motivo de celebração, mas para Milla Vieira isso não foi o caso. A vencedora do concurso Miss Universe São Paulo, eleita em 24 de julho, foi alvo de ataques racistas logo após conquistar a coroa. Comentários como “Ganhou pela cota, só pode” começaram a pipocar no Instagram do evento.

Outras reações como “Calado eu me deito, sem processo me levanto. Por que agora tem cota reservada nestes concursos?”, “Perderam a noção de beleza mesmo, lacração tá complicada hoje em dia” e “O resultado foi por cota?” foram dirigidas à Milla, afetando sua honra.

Nesta quinta-feira (1º/8), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou em comunicado ao G1 que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está ciente dos acontecimentos e abriu um inquérito policial para investigar os crimes de injúria racial e racismo.

Milla expressou sua indignação diante dos comentários recebidos, salientando que seu sonho sempre foi vencer o concurso. “Era meu sonho participar. No dia seguinte, ao abrir minhas redes sociais, já comecei a ver os ataques direcionados a mim de forma injustificada”, ressaltou.

A modelo ainda destacou que os ataques não se restringiram apenas aos perfis do Miss Universe São Paulo, mas também às contas dos organizadores do concurso e da agência à qual pertence: “Eu percebi que estou em todas as redes sociais, mas não de uma forma positiva. Infelizmente, de maneira bastante negativa, as pessoas me comparando a animais”, lamentou.

Milla concluiu: “Se entre as 31 candidatas todas tinham as mesmas chances, e eu fui trabalhando dia após dia, me dedicando muito, me preparando muito. Recebi ataques depois de ganhar o concurso e questiono: por que agora tantos ataques de ódio me difamando, como se eu não fosse merecedora? Por que tanto incômodo? É tão difícil aceitar?”


Milla Vieira de Sao Bernardo do Campo e a Miss Sao Paulo 2024 2

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A investigação dos ataques racistas em relação a Milla Vieira foi assumida pela Polícia Civil, após a Miss São Paulo registrar um boletim de ocorrência com o respaldo do presidente do Miss Universe Brasil, Gerson Antonelli. Aqueles que fizeram menção à cor da jovem podem ser processados de acordo com a Lei de Racismo ou por injúria racial, sujeitos a uma pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa. Em casos desse tipo de crime, que não prescreve, não é cabível aplicar fiança.

Milla Vieira expressou sua determinação diante da situação: “Isso não me abalará. Aumenta minha força para perseguir meus objetivos. Não podemos nos calar diante da injustiça e da maldade. Essa é a mensagem que quero transmitir: que nada possa deter nossos sonhos”, concluiu a Miss Universe São Paulo.

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