O Ministério Público Federal formulou acusações contra 21 indivíduos à Justiça Federal em São Paulo, apontando-os como investigados em um alegado esquema fraudulento de desvio de fundos de aposentados e obtenção de empréstimos fraudulentos em instituições como a Caixa, entre os anos de 2021 e 2024. O grupo, operando em diversas cidades do estado de São Paulo, abria contas utilizando documentação falsa em nome de aposentados e pensionistas.
A Procuradoria revelou que durante o período de julho de 2022 a junho de 2023, uma das líderes do grupo realizou mais de 3,5 mil transações bancárias, totalizando quase R$ 5,9 milhões – quantia discrepante de sua renda declarada.
Os registros financeiros da mulher naquele intervalo indicam gastos significativos com cartão de crédito, serviços de salão de beleza e viagens.
Os acusados foram alvo da Operação Anonymous, que foi deflagrada no final de junho. Conforme informou a Procuradoria, parte do grupo encontra-se em prisão preventiva.
A mencionada operação revelou que a organização criou 124 contas em três anos e obteve mais de R$ 5,1 milhões em operações financeiras, como empréstimos consignados, antecipações de saque do FGTS e crédito direto ao consumidor (CDC) na Caixa.
As vítimas eram predominantemente idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade, cujos benefícios previdenciários eram desviados para possibilitar a obtenção ilícita dos empréstimos.
A estrutura da organização consistia em três núcleos, sendo quatro indivíduos no topo que coordenavam o esquema, e eram considerados os ‘principais beneficiários das práticas ilegais’.
A base das operações era composta por sete suspeitos, responsáveis pela abertura de contas fraudulentas e contratação dos empréstimos. Eles compareciam a agências bancárias, principalmente em cidades pequenas do interior de São Paulo, e se passavam pelas vítimas por meio da apresentação de documentação falsa.
O cadastro das contas permitia a alteração dos registros oficiais. Dessa forma, os valores relativos a aposentadorias e outros benefícios eram depositados nessas contas, facilitando a obtenção de consignados com desconto em parcelas mensais.
O Ministério Público Federal destacou que a sequência de ações ilegais era concluída com a atuação de um núcleo intermediário, composto por nove pessoas, que disponibilizavam contas bancárias para a transferência de fundos até a cúpula da organização.
Conforme investigado, parte dos recursos também passou por uma tabacaria e uma loja de roupas ligadas aos líderes da organização.
No total, seis denúncias foram apresentadas pelo MPF contra o grupo, os quais deverão responder por crimes de organização criminosa e estelionato.
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