Mulher alega ter processo de aborto legal dificultado há 1 mês em SP

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Uma jovem de 21 anos está enfrentando há cerca de um mês obstáculos para conseguir realizar um aborto legal na cidade de São Paulo. Atualmente na 29ª semana de gestação, ela tem sido pressionada por profissionais da rede municipal de saúde a desistir do procedimento, conforme reportagem da Folha de S.Paulo.

No Hospital Municipal e Maternidade Prof. Mário Degni, localizado no Rio Pequeno, zona oeste da capital paulista, os profissionais questionaram qual seria o nome dado ao feto pela mulher. Além disso, foi sugerido que ela levasse um familiar que concordasse com a decisão de abortar, mesmo sendo maior de idade.

A jovem alega ser vítima de violência doméstica e sexual por parte de seu ex-namorado. Após descobrir a gravidez tardiamente e passar por um período depressivo, buscou atendimento no Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha, no Campo Limpo.

Inicialmente atendida por uma psicóloga e uma assistente social, a mulher precisou ser transferida para o hospital no Rio Pequeno devido à ausência da ginecologista responsável, que estava de férias.

“Mãe guerreira”

No segundo hospital, ela passou por uma consulta com uma psicóloga e uma assistente social. Durante o atendimento, foi questionada sobre a opinião do pai do feto em relação à gestação, o nome planejado para o bebê, e se considerava a possibilidade de adoção.

A jovem foi classificada como uma “mãe guerreira” caso decidisse prosseguir com a gravidez e, posteriormente, foi encaminhada para uma consulta com a ginecologista.

Após uma série de adiamentos, quando finalmente foi atendida, uma médica do hospital expressou incerteza em aceitar o caso e informou que a paciente seria responsável pelo funeral do feto.

Na última quarta-feira (7/8), durante uma nova consulta, a mulher encontrou a ginecologista, a psicóloga, a assistente social e duas dirigentes do hospital reunidas, onde reiterou sua decisão de abortar, mesmo assim, foi sugerido que conversasse com familiares para reconsiderar. A paciente sente que estão fazendo de tudo para que desista do procedimento.

A Defensoria Pública do estado solicitou um posicionamento por escrito do hospital, porém, até o momento da publicação desta reportagem, não houve resposta. A ausência de um posicionamento formal compromete a possibilidade de recorrer judicialmente.

A Secretaria Municipal de Saúde declarou ao Metrópoles que cumpre as demandas de aborto legal de acordo com a legislação e assegura o acolhimento da população sem discriminação, com responsabilidade humanitária.

O Ministério Público de São Paulo foi informado do caso, com representação das deputadas Sâmia Bomfim (PSol-SP) e Monica Seixas (PSol), juntamente com a vereadora Luana Alves (PSol).

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