A comunidade científica global, com profundo respeito pela minha modesta pessoa, decidiu investigar os intestinos, o trigo, a trigonelina, o café, o alumínio das cápsulas Nespresso e melhorou o nível de estresse que me envolvia ao longo dos anos.
Meus avós, meus tios, meu pai só se comunicavam no idioma de Fernando Pessoa, Bocage, Olavo Bilac e Pero Vaz de Caminha. O português era sua língua, falavam e escreviam como mestres, chegando a despertar a inveja dos alemães. O Sr. Alzheimer, um alemão inescrupuloso que anda por aí, decidiu nos afetar a todos, especialmente quando começamos a treinar para soprar as oitenta velinhas em nossas festas. É um sentimento estranho que esse alemão nos traz. Alguns ficam mansos e engraçados, enquanto outros se tornam ciumentos e agressivos, vendo problemas em todos os lugares. Seus velhos amigos se transformam em ícones de Hollywood, e suas gatinhas de estimação viram estrelas de cinema. É o início das batalhas!
Li um livro fascinante chamado “10% Humano”, que me levou a ler “Barriga de Trigo”, “Super Intestino” e outros, todos abordando temas como trigo, açúcar e intestinos. Percebi que os cientistas estavam cuidando do meu futuro com dedicação.
Os cientistas se dedicaram ao estudo do trigo e descobriram informações que me fizeram repensar minha relação com aquele pãozinho tão adorado, com sua casca dourada e o cafezinho com cápsula de alumínio, que parece grudar pensamentos fúteis em meu cérebro, uma separação que ainda não foi concretizada.
O açúcar, coitado, está mais arrependido de existir do que Judas. É considerado o vilão em muitas culturas e aguarda ansiosamente sua redenção, como fez o ovo anteriormente. Quem também está na lista para ser banido, junto com o açúcar, são os óleos vegetais e até o azeite de oliva, que começam a ser vistos com outros olhos por sua relação com a manteiga e a margarina. Com ajustes na composição, a margarina está se recuperando, e já vemos médicos e nutricionistas sugerindo consumir torradas integrais com margarinas melhoradas.
E assim, aqui estou eu, contando os dias, enquanto os oitenta anos parecem estar mais próximos, chegando a uma velocidade assustadora, e me sinto como se estivesse jogado no fundo de uma rede de cipó, com as costas marcadas e os morcegos prontos para se alimentar.
Meus netos já me chamam de velhinho e velhote, quando esquecem as palavras “Fofinho” e “Serelepe”. A situação não parece fácil, mas sigo em frente, enfrentando os desafios que cada idade traz consigo.
É fácil e espero que meus aliados, cientistas e pajés, encontrem soluções para deter a terceira invasão alemã e me salvem.
Acredito, pois devo acreditar, nas pesquisas sobre a trigonelina que podem melhorar a função muscular e o transporte da boa vida através da musculatura e do spray nasal que trata o Alzheimer e que elimina uma proteína chamada TAU presente no cérebro.
Vamos investir nas novas fronteiras da ciência e impedir que a batalha contra a demência seja nossa vitória.
Todos os meus antepassados faleceram com os cabelos prateados colados e sem direito a lixa de unha para reparo. Somos loucas belezas. Vou apenas compartilhar a história de um primo que flertou com uma colônia de alemães.
O primo estava em uma janela, no décimo segundo andar de seu prédio, quando uma moça bonita, toda de branco, disse a ele:
– Doutor, vim te buscar, vamos?
– Para onde queres me levar?
– Para perto de sua família que está aguardando com festa.
– Onde é essa festa? Minha família já está quase toda no Céu?
– E como tu vais me levar para o Céu? Na cama?
– Não, Doutor, eu sou um espírito! Pule daqui que a festa vai começar.
Vai te catar, Alma FDP. Pula tu!
E assim declararei guerra a anjos e demônios.
Roberto Caminha Filho, economista, não aceita convites indecorosos de almas.
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