Pelo sexto mês consecutivo em 2024, a empresa Acelen, atual proprietária da antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), realizou um reajuste no preço do gás de cozinha, aumentando em 10,16% para as distribuidoras. Esse reajuste eleva o valor do botijão de 13kg para R$150, enquanto em outros estados do país o valor varia entre R$80 e R$120.
Segundo a Acelen, os preços dos produtos seguem critérios de mercado, levando em consideração variáveis como custo do petróleo, adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar de forma ascendente ou descendente. A empresa ressalta que sua política de preços é transparente, embasada em critérios técnicos, em conformidade com as práticas internacionais de mercado.
O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, que tem denunciado os abusos cometidos pela Acelen na Bahia, discorda. Ele aponta que a privatização da Refinaria Landulpho Alves na Bahia resultou na formação de um monopólio regional, aumentando os preços dos combustíveis e causando desabastecimento de gás de cozinha e óleo combustível em alguns momentos.
Bacelar destaca que a população baiana está cansada de pagar preços elevados e critica o novo reajuste aplicado pela Acelen, especialmente em um momento em que a refinaria está paralisando unidades e reduzindo a produção de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo, o gás de cozinha), impactando no mercado local e nos preços.
O líder sindical dos petroleiros também menciona a expectativa de que a Petrobras readquira o controle da refinaria, prevendo que a operação seja concluída ainda este ano em parceria com o Fundo Mubadala, dos Emirados Árabes.
Bacelar informa que foi solicitado explicitamente à Petrobras o retorno dos funcionários transferidos da antiga RLAM para outros estados, garantindo esse direito aos interessados. Ele enfatiza a importância de preservar os empregos dos trabalhadores próprios e terceirizados da Acelen, ressaltando que o principal objetivo é o retorno da refinaria, aguardando definições sobre o modelo e valor do negócio.
ACORDO COLETIVO
Além disso, Bacelar destaca a formalização de um acordo coletivo de trabalho para os concursados da holding Petrobras, revelando que os trabalhadores terceirizados terão direitos garantidos em paradas de manutenção em todo o país. Ele menciona negociações em andamento para estabelecer um piso salarial para os trabalhadores em paradas, valor mínimo de prêmio, vale refeição, hora extra compatível para atividades perigosas e insalubres.
Na RLAM, mais de 5 mil trabalhadores atuam em intervenções de equipamentos essenciais, que demandam paralisação da produção para manutenção, assegurando a continuidade das operações da refinaria na produção de derivados.
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