Propaganda na TV pode mudar rumo da eleição? O que dizem especialistas

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Propaganda veiculada na televisão tem o poder de influenciar os resultados de uma eleição? Esse é um questionamento explorado por especialistas no assunto. O contexto atual, com o crescimento das redes sociais, mudou a dinâmica da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, que se inicia em 30 de agosto e vai até 3 de outubro. Observa-se que esse meio de comunicação já não exerce a mesma influência decisiva dos pleitos passados.

É importante ressaltar que, mesmo com a redução da relevância da propaganda televisiva, estratégias bem elaboradas podem impactar eleitores indecisos e até mesmo prejudicar candidatos com conteúdos de baixa qualidade. Graziella Testa, professora da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV, destaca que o horário eleitoral na TV, que antes monopolizava o debate político, hoje pode ter mais peso junto à parcela do eleitorado que ainda não definiu seu voto.

Nesse sentido, a professora destaca: “O eleitor que já tem sua posição política definida dificilmente será influenciado por qualquer forma de mídia. O eleitor indeciso é o foco central de qualquer eleição. No caso específico da eleição em São Paulo, com um empate triplo em um cenário altamente incerto, a exposição na TV se torna fundamental.”

O ambiente eleitoral em constantes transformações demanda análises cada vez mais refinadas sobre o impacto da propaganda televisiva no comportamento do eleitorado. A pluralidade de canais de informação e a interconectividade proporcionada pelas redes sociais tornam o cenário eleitoral mais complexo, exigindo dos candidatos uma adaptação constante de suas estratégias de comunicação.

Neste contexto, é fundamental considerar que, mesmo com a descentralização do debate político, a TV ainda possui um alcance significativo e pode ser determinante para a formação de opinião de parte do eleitorado menos engajado. Portanto, a eficácia da propaganda eleitoral na televisão continua sendo um elemento a ser observado com atenção durante o período eleitoral, especialmente em cenários de disputa acirrada como o atual.

A capacidade de adaptabilidade dos candidatos e suas equipes de campanha ao novo ambiente midiático e a capacidade de produzir conteúdos relevantes e envolventes têm sido apontadas como fatores decisivos para o sucesso na comunicação política. Dessa forma, a discussão sobre o papel da propaganda na TV como agente de mudança nos rumos de uma eleição continua sendo um tema relevante e em constante evolução no panorama político atual.A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) e a economista Marina Helena (Novo) são figuras públicas contemporâneas que têm capturado a atenção da mídia e do público. Enquanto Tabata Amaral se destaca por sua atuação política, Marina Helena pelo seu trabalho como economista. Ambas têm conquistado espaço e notoriedade em seus respectivos campos de atuação.

Na política brasileira, figuras como o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também têm sido alvo de discussões e debates. Boulos é conhecido por suas posições de esquerda e Nunes pela sua gestão na maior cidade do país.

Além dos nomes já mencionados, há personalidades que ganham destaque devido a diferentes fatores, como o influencer Pablo Marçal (PRTB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB). Marçal é conhecido por sua presença nas redes sociais, enquanto Datena se destaca por sua atuação na televisão, abordando temas de relevância pública.

Cada um desses indivíduos possui uma trajetória única e contribui de maneira distinta para a esfera pública. Suas ações e posicionamentos impactam a sociedade e influenciam debates e discussões em diferentes áreas.

A participação ativa dessas figuras em cenários diversos reflete a diversidade e complexidade da sociedade contemporânea. O alcance e a repercussão de suas ações são reflexo do interesse e engajamento do público em relação aos temas que permeiam o debate político, social e econômico.

Diante desse panorama, é importante acompanhar e compreender o papel desempenhado por essas personalidades na construção do cenário político e social do país. Suas ideias e atitudes moldam o contexto em que vivemos e nos convidam a refletir sobre os rumos da sociedade e os desafios que enfrentamos.O debate eleitoral, em contraste com o consumo das mídias sociais, costuma envolver uma abordagem mais coletiva e participativa. Segundo um pesquisador, o início do horário eleitoral promete intensificar as discussões entre as pessoas sobre a melhor opção para a Prefeitura de São Paulo.

**Desafios das campanhas na TV**

Na campanha deste ano para a Prefeitura da capital, o prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), detém a maior parte do tempo disponível: dos 10 minutos, ele terá 6 minutos e 30 segundos. Aparentemente uma vantagem significativa, no entanto, especialistas entrevistados pelo **Metrópoles** alertam para o perigo da superexposição.

“É crucial compreender o impacto da exposição do candidato, sua imagem, as obras da cidade ou a estratégia adotada pela campanha, verificando se de fato traduzirão em votos. Em alguns casos, a superexposição do candidato pode ser até prejudicial”, ressalta Graziella Testa.

De acordo com a cientista política Juliana Fratini, autora do livro “Campanhas Políticas nas Redes Sociais” e doutora pela PUC-SP, o principal desafio da campanha de Nunes na televisão será estabelecer uma identificação do político com os eleitores. “Ele não possui a personalidade de grande destaque, ao contrário de seus adversários, como Boulos, Tabata e Marçal”.

Pablo Marçal (PRTB), Bebetto Haddad (DC), Marina Helena (Novo), João Pimenta (PCO), Altino Prazeres (PSTU) e Ricardo Senese (UP) não terão tempo na TV devido à falta do número mínimo de deputados federais eleitos por suas legendas, conforme determina a legislação eleitoral.

**Redes sociais**

Os especialistas acreditam que a propaganda televisiva pode direcionar os debates nas redes sociais, que já se encontram acalorados, como menciona Danilo Rothberg ao destacar o conceito de transmídia. “As mídias se complementam e cada uma contribui de maneira única para destacar a mensagem que o candidato deseja enfatizar. Assim, a TV se torna mais um elemento na estratégia eleitoral do candidato”.

Juliana Fratini, cientista política, acrescenta que “haverá um diálogo direto entre o que está sendo comunicado na TV e no meio digital, onde as pessoas podem se expressar diretamente”.

Diante desse cenário, o impacto da ausência de Pablo Marçal no horário eleitoral ainda é considerado uma incógnita pelos especialistas. No entanto, assim como nas eleições de 2018, quando Jair Bolsonaro tinha tempo mínimo em comparação ao seu adversário Geraldo Alckmin, as redes sociais demonstram uma influência distinta no debate político nos tempos modernos.

“Estas eleições serão muito significativas, fazem parte de um processo de mudança na forma como o eleitor consome informações”, destaca a professora da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV.

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