O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, abordou pela primeira vez as alegações de que teria usado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para suas investigações no STF, após a divulgação de conversas que apontavam nessa direção. Em seu discurso nesta quarta-feira (14), Moraes explicou que, na época, a Polícia Federal (PF) não colaborava com as investigações, e, por isso, considerou ser mais eficiente solicitar os relatórios ao TSE.
Barroso saiu em defesa de Moraes, afirmando que no STF “nada é feito na surdina”, enquanto após o vazamento, Moraes negou irregularidades no processo de inquérito contra apoiadores do presidente Bolsonaro.
Segundo informações do jornal Folha de SP, Moraes teria solicitado de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar suas decisões no inquérito das fake news contra bolsonaristas no STF, durante e após as eleições de 2022.
Durante sua fala no STF, Moraes mencionou que seria “esquizofrênico” se tivesse solicitado as informações a si mesmo, já que também ocupava a presidência do TSE. Ele ressaltou que todas as solicitações foram registradas e que os procedimentos foram realizados dentro do âmbito de investigações já existentes, como o inquérito das Fake News e o das Milícias Digitais.
O ministro destacou a importância de preservar o conteúdo das informações solicitadas, mencionando que era um procedimento investigativo padrão. Ele explicou que, diante da falta de colaboração da PF em certo momento, considerou mais eficaz solicitar os relatórios ao TSE. Moraes enfatizou que seria incoerente ele mesmo fazer essa solicitação, sendo presidente do Tribunal Superior Eleitoral na época.
Por fim, Moraes expressou seu pesar pelas interpretações equivocadas em torno dos procedimentos divulgados pela imprensa, ressaltando a importância de combater as “fake news”. Ele alertou que tem havido uma produção de notícias falsas recentemente para minar a credibilidade do STF, das eleições de 2022 e da democracia no Brasil. O ministro destacou a necessidade de lidar com essa questão no país.
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