Caminhoneiro passa a trabalhar para Família do Norte e leva R$ 100 mil

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Um ex-caminhoneiro está entre os detidos na operação Dog Head, conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ele abandonou sua família para seguir uma vida criminosa ao lado de ex-membros da extinta Família do Norte (FDN). Priorizando o dinheiro, passou a lucrar aproximadamente R$ 100 mil por mês com atividades ilícitas. O grupo movimentou cerca de R$ 200 milhões através de empresas falsas para lavagem de dinheiro do tráfico.

Segundo as investigações, o ex-caminhoneiro de 60 anos, cuja identidade não foi divulgada pela polícia, desempenhava um papel crucial na estrutura da organização criminosa. Sua função era coordenar a logística das drogas que saíam de Boa Vista, em Roraima, até chegar ao Distrito Federal e em Goiás.

O traficante costumava transportar várias dezenas de quilos de skunk, uma versão modificada geneticamente da maconha com alto teor de THC, descendo pelo Norte do país, passando pelo Pará até chegar ao Centro-Oeste. O ex-caminhoneiro, nativo de Trindade, em Goiás, era engenhoso o suficiente para abrir uma empresa de fachada a fim de dissimular a origem do dinheiro do tráfico.

Veja fotos da empresa fictícia usada pelo ex-caminhoneiro para lavagem de dinheiro do tráfico:


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Durante a realização da Operação, as equipes da PCDF executaram mandados de busca na suposta empresa de transportes aberta pelo ex-caminhoneiro transformado em traficante. No endereço, somente uma placa com a inscrição LLM Transportes e Logística indicava a suposta sede da empresa. Contudo, o local encontrava-se desocupado, sem indícios de qualquer atividade comercial. Constatou-se tratar de uma empresa fictícia, conforme as apurações da Draco.

Os investigadores descobriram que o ex-caminhoneiro solicitou o valor de R$ 30 mil por um transporte de drogas entre o Norte e o Centro-Oeste do país. Estima-se que ele poderia lucrar mais de 100 mil reais por mês com tal atividade ilícita.A investigação revelou a existência de um esquema sofisticado que combinava mercadorias legais e ilegais, incluindo o transporte de drogas.

A Operação Dog Head executou 127 medidas judiciais, das quais 25 foram de prisão temporária, 51 de busca e apreensão, 27 de sequestro de bens e 25 de bloqueio de contas bancárias. Segundo as investigações, o grupo atuava tanto no atacado, comércio e transporte, quanto no varejo da venda de substâncias ilícitas. Mandados de busca e apreensão foram realizados em endereços residenciais e empresas ligadas aos membros do grupo criminoso.

No Distrito Federal, as diligências ocorreram em diversas regiões, incluindo Brasília, Águas Claras, Ceilândia, Taguatinga Sul, Samambaia, entre outras. Em outros estados, a operação abrangeu cidades como Goiânia e Senador Canedo em Goiás, Maceió em Alagoas, Manaus e Tabatinga no Amazonas, entre outras localidades.

Como resultado das investigações, foi determinado o confisco de um imóvel, veículos e valores de várias contas bancárias ligadas aos investigados, testas de ferro e empresas fictícias usadas no esquema.

O objetivo principal era interromper o fluxo financeiro e enfraquecer a estrutura econômica da organização criminosa. A investigação desvendou um esquema elaborado de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, movimentando R$ 200 milhões para a aquisição de drogas e manutenção das atividades criminosas.

Denominada Dog Head, a operação recebeu esse nome em referência à área conhecida como Cabeça do Cachorro, na fronteira do Brasil com a Colômbia, Peru e Venezuela, no estado do Amazonas. Essa região é estratégica para o tráfico de drogas, servindo como ponto de passagem e distribuição de entorpecentes adquiridos por organizações criminosas.

As investigações apontaram a participação de ex-membros da extinta FDN em atividades ilícitas complexas, como o tráfico de drogas e o uso de empresas de fachada para movimentação de recursos financeiros destinados à expansão da facção criminosa.

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