Conhecido como Terrorista, Otavio Alex Sandro Teodoro de Magalhães é apontado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Federal (PF) como peça fundamental na estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável por fornecer armas e treinamento para uma das facções criminosas mais temidas do Brasil.
Registrado como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), Otavio possuía acesso legal a armas de fogo, munições, acessórios e passou a abastecer ilegalmente a facção.
Documentos obtidos pela coluna revelam que Otavio não apenas fornecia armas, mas também atuava como um “professor”, treinando membros do PCC para cometer ataques violentos e homicídios.
De acordo com as investigações, ele mantinha contato direto com líderes da facção, como Fleques Pereira Lacerda, e realizava entregas de armamento em locais estratégicos, incluindo a “Churrascaria do Negão”, um ponto de apoio do grupo.
Capacitação
A diversidade e a sofisticação das armas encontradas com o investigado, incluindo pistolas Glock com seletores de rajada e rifles de alto calibre, demonstram sua habilidade em suprir as demandas do PCC, sendo utilizadas em atividades criminosas que variam de assaltos a ataques a rivais.
Além de fornecer armamentos, Otavio também treinava membros do PCC no uso e manejo dos equipamentos. A presença de um vídeo no qual ele é visto disparando um Rifle Colt M45, encontrado em sua residência, reforça sua função não apenas como fornecedor, mas também como instrutor no manuseio de armamentos avançados.
Arsenal de Armas
Provas indicam também lavagem de dinheiro. A empresa Otavio Automóveis era utilizada como fachada para movimentar o dinheiro obtido com a venda ilegal de armas. As autoridades destacam que a loja de veículos usados permitia justificar a entrada de grandes quantias de dinheiro, dificultando o rastreamento dos valores.
A apreensão realizada pelas autoridades revelou um arsenal de armas clandestino em posse do CAC. Entre os itens encontrados estavam armas de fogo de diversos calibres, algumas não registradas ou com modificações ilegais, milhares de munições, acessórios para armas, como carregadores e miras, pólvora e artefatos explosivos de fabrico caseiro, balaclavas, drones e bloqueadores de sinal GPS.
Operação Baal
No dia 10 de setembro, a operação foi deflagrada com o intuito de desmantelar a estrutura criminosa que Otavio ajudava a abastecer. A Operação Baal tinha como alvo principal o Primeiro Comando da Capital (PCC) e suas atividades, incluindo os violentos roubos conhecidos como “domínio de cidade” e “novo cangaço”.
A segunda fase da Operação Baal envolveu buscas e prisões relacionadas a membros da organização criminosa. As investigações, iniciadas após uma tentativa de roubo a uma base de valores em abril de 2023, resultaram na prisão de diversos criminosos, incluindo um foragido desde 2005.
Durante a ação, foram apreendidos armamentos, munições e acessórios. Além disso, dois mandados de busca e apreensão domiciliar foram cumpridos em São Paulo e Buri, resultando na detenção de três pessoas.
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