Boulos fala em ‘pacto de civilidade’ nos debates após cadeirada de Datena

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(FOLHAPRESS) Em agenda no Mercado Municipal de Pinheiros nesta segunda-feira (16), o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) disse que vai propor às campanhas adversárias um “pacto de civilidade” nos debates televisivos.

 

Em debate na noite de domingo (15), José Luiz Datena (PSDB) agrediu Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira e foi expulso pela organização da TV Cultura. Marçal foi levado ao hospital, e o debate continuou sem os dois.

Ao ser questionado se procuraria inclusive a campanha de Marçal, Boulos disse: “Nossa campanha vai dialogar com todos aqueles que queiram um ambiente de decência”.

O influenciador já o acusou, sem base em indícios nem provas, de ser usuário de cocaína. A Folha revelou que Marçal utiliza o processo de um homônimo de Boulos para acusar o deputado federal.

Sobre as regras desse “pacto”, Boulos disse apenas que proporá um “padrão mínimo de civilidade e bom comportamento nos debates”. Ele lembrou de seus embates contra Bruno Covas (PSDB) em 2020, que tiveram clima civilizado, apesar de críticas mútuas.

Questionado, o candidato do PSOL disse ainda que Datena não deve ser proibido de comparecer aos debates.

“[Marçal] desrespeitou regras, ofendeu, atacou a honra das pessoas, inventou mentiras ao vivo em cadeia nacional”, disse Boulos. “Na medida que uma pessoa que atua como ele está presente nos debates, Datena também deve estar presente”, defendeu.

Marçal pretendia permanecer no debate, como mostra áudio da discussão que se seguiu à agressão, mas mudou de ideia e foi levado ao hospital.

De alta, prometeu entrar na Justiça pedindo o indeferimento da candidatura de Datena. Ele prestou queixa na delegacia e fez exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Boletim médico do hospital Sírio-Libanês cita trauma no tórax e no punho, “sem maiores complicações”.

“Você fraturou minha costela, cara”, diz mensagem que Marçal enviou a Datena às 3h47 da manhã, como mostrou a coluna Monica Bergamo. Segundo a coluna Painel, foi a acusação de “jack” -estuprador, em gíria de cadeia- que tirou Datena do sério. Marçal usou o termo ao lembrar acusações de assédio sexual contra o apresentador.

Em 2019, Bruna Drews, então repórter do programa Brasil Urgente, disse ter sido assediada por Datena. Ela afirmou, na época, que o apresentador frequentemente fazia comentários sobre seu corpo, em tom sexual.

Após a repercussão do caso, na época, ela se retratou e protocolou uma declaração em cartório em que afirma ter mentido. Dias depois, afirmou nas redes ter sido induzida a se retratar.

Em nota, a TV Cultura lamentou o episódio da cadeirada e alegou que, após a agressão, todas as providências foram tomadas, de acordo com as regras estabelecidas previamente, incluindo a expulsão de Datena. “O debate foi mantido mediante consulta e concordância dos demais candidatos.”

Leia Também: Marçal é detonado por eleitores após provocar Datena: “Desserviço”

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