Dólar sobe e fecha cotado a R$ 5,52 após 7 pregões de queda, mas recua 0,83% na semana

Publicado:

A apreciação cambial vista nos últimos 7 pregões foi deixada para trás nesta sexta-feira (20), com o real tendo o pior desempenho entre as principais moedas de emergentes e exportadores de commodities. Apesar de na semana ter recuado 0,83%, o dólar à vista tocou máxima a R$ 5,52 hoje, devido à deterioração do cenário fiscal e político, principalmente de tarde, após o sindicato dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) convocar ato contra o comando da instituição. O dólar à vista subiu ainda mais assim que o sindicato Assibge-SN convocou os trabalhadores a aderirem a um ato de protesto “contra as medidas autoritárias” do atual presidente do IBGE, Marcio Pochmann, marcado para a próxima quinta-feira, 26 de setembro. O mercado interpretou o movimento como um simbolismo de que as bases do governo federal estariam mais frágeis, enquanto segue na missão de apresentar o relatório bimestral de receitas e despesas ainda hoje. Assim, o dólar à vista subiu 1,78%, a R$ 5,5209, perto da máxima de R$ 5,5239 alcançada pela tarde.

Além da nota do sindicato do IBGE, há incertezas quanto ao quadro fiscal do país, que tende a embutir risco nos ativos domésticos.

O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) informou que divulgará os principais pontos do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 4º bimestre entre o fim da tarde e o começo da noite de hoje. Contudo, a apresentação tradicional seguida de coletiva de imprensa só deve ocorrer na segunda-feira.

“Governo está meio de calças justas. O fiscal está totalmente descontrolado. E o governo tem abacaxi grande para resolver, porque a briga era para cair juros, mas acabou que a Selic subiu”, acrescenta Velloni. Mais do que isso, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe um tom mais hawkish (duro) do que o mercado esperava.

O DXY, índice que mede a performance do dólar contra uma cesta de moedas fortes, subia 0,14% no fim da tarde, na casa dos 100,757 pontos, em razão, sobretudo, da alta de 0,92% da divisa americana em relação ao iene.

Hoje a segunda maior economia do mundo decepcionou parte do mercado, visto que o Banco do Povo da China (PBoC) manteve suas taxas inalteradas. Havia expectativa por um corte de juros e a percepção é de que o PBoC estaria pressionado pelas preocupações com a lucratividade bancária e o recuo do rendimentos de longo prazo, segundo avaliou a Capital Economics.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Tamyres Sbrile

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Chefe da ONU está ‘muito preocupado’ com número de mortos na megaoperação policial no Rio de Janeiro

António Guterres, chefe da ONU, expressou sua preocupação em relação ao número elevado de mortes na megaoperação policial contra a organização criminosa Comando...

EUA reduzirá presença militar no leste da Europa

O governo dos Estados Unidos anunciou a retirada de uma brigada de suas forças do leste europeu, uma decisão que gerou preocupações na...

Putin anuncia que Rússia testou drone submarino com capacidade nuclear

Em um novo avanço militar, a Rússia testou com sucesso um drone submarino capaz de carregar uma ogiva nuclear. A informação foi confirmada...