‘Não pode mais ter homem hétero branco nas novelas’, afirma Thiago Fragoso

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(FOLHAPRESS) – Fora do elenco fixo da Globo há um ano, Thiago Fragoso, 42, afirma que o mercado audiovisual brasileiro está “parado e esquisito”. Ao contrário do que declaram muitos artistas quando encerram o contrato com a emissora, ele não viu ainda uma abertura de novos horizontes em sua carreira artística.

 

“Esse ano deu uma esfriada barra pesada, tiraram completamente os investimentos”, afirma sobre o setor. “A gente precisa estar na batalha todos os dias”.
Fragoso está no elenco da peça “Dois de Nós”, ao lado de Antonio Fagundes, Christiane Torloni e Alexandra Martins, no Tuca, em São Paulo.

Entre um ensaio e outro, alimenta suas redes sociais para aumentar as chances de ter trabalho, uma novidade sobre a qual ele fala abertamente e em tom crítico.

“Quanto menos você aparece, mais o personagem aparece. Isso para mim sempre foi um norte”, diz. “Mas vivemos uma época em que tem gente escalando pela internet, de acordo com o número de seguidores”.

O ator não esconde as dificuldades da nova fase. Ele tinha contrato com a Globo desde os 20 anos, fez diversas novelas e sempre foi considerado um artista versátil.

“Não tinha que me preocupar com plano de saúde, com nada, só em fazer o meu trabalho”.

Ele observa também restrições de escalação em relação ao seu perfil de homem branco, loiro, de olhos claros e heterossexual.

“Em cada novela ou série, eu tenho a chance de fazer um personagem. Ou sou eu, ou o Jonas Bloch, ou o Herson Capri, ou o namorado da Larissa Manoela, que também é loiro de olhos azuis. Entrou um não pode mais ter homem hétero, branco”, analisa.

“Estamos vendo esse questionamento pela mudança do status quo. Eu tenho uma chance por novela”.

Por não serem gays, Fragoso acredita que atualmente ele e Mateus Solano não conseguiriam protagonizar o casal de “Amor à Vida” (2014), responsável pelo primeiro beijo entre dois homens em uma novela da Globo.

Ele interpretava Niko, o Carneirinho, como era chamado pelo namorado Félix (Solano). O público torceu pelo casal e vibrou com o beijo inédito.

“Foi importante para a história da dramaturgia brasileira e para a comunidade LGBTQIA+”, lembra.

Apesar de não gostar de expor a vida privada, Fragoso admite que as redes sociais podem ser um complemento de renda para a vida de um artista e um espaço para o relacionamento com os fãs.

“Ali tudo bem eu ser como sou: branco, hétero, casado, com dois filhos. Ali não tem problema. As pessoas que me seguem sabem que sou assim”.

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