Alberto Fujimori faleceu aos 86 anos em Lima, Peru, despertando lembranças de um dos políticos mais controversos da América Latina.
O ex-presidente liderou o Peru por uma década, entre 1990 e 2000, período marcado por escândalos de corrupção, desrespeito aos direitos humanos e abusos de poder.
Ele se autoproclamou presidente após sua eleição em 1990 e, dois anos depois, deu um golpe de Estado. Com respaldo militar, Fujimori dissolveu o Congresso e fechou instituições democráticas, levando seu governo a ser caracterizado como autoritário.
Em 2000, denúncias de corrupção e violações dos direitos humanos surgiram, resultando na saída de Fujimori do país rumo ao Japão.
O ex-presidente peruano permaneceu no cargo até o ano de 2005, quando foi detido durante uma visita ao Chile. Após dois anos, ele foi extraditado de volta ao Peru, onde passou por julgamento e condenação por crimes contra a humanidade cometidos durante sua gestão. Entre os delitos, destacam-se o assassinato de 25 pessoas no período de 1991 a 1992, realizado por esquadrões da morte.
Desde 2009, Fujimori estava cumprindo sua pena. Em 2017, ele foi temporariamente liberado graças a um indulto concedido pelo então presidente Pedro Pablo Kuczynski. Contudo, essa medida foi revertida no ano seguinte, forçando o ex-presidente a retornar à prisão em 2019. A sua permanência na detenção se estendeu até 2023, quando acabou sendo libertado após uma decisão judicial peruana que contrariou a determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos, restaurando o indulto que o havia livrado da prisão.
Ao longo dos anos, o ex-presidente conhecido por sua abordagem rígida enfrentou uma batalha contra um câncer na língua, diagnóstico recebido em maio daquele ano. Durante o tratamento médico, ele estava residindo na casa de sua filha, Keiko Fujimori, na capital peruana. A última aparição pública de Fujimori ocorreu em 4 de setembro, quando foi avistado deixando um hospital particular no Peru.
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