São Paulo – Três homens foram condenados a 94 anos de prisão, em penas somadas, pela Justiça de São Paulo, por matar e carbonizar o empresário Eduardo Alexandre Deccó (foto em destaque) em 19 de setembro de 2023. O crime, conhecido como “golpe do Tinder”, aconteceu na zona norte da capital paulista.
Leandro Matos (32 anos de detenção), Vinicius Souza (31 anos e quatro meses) e Paulo Felipe Alves da Silva (31 anos e quatro meses) foram apontados como culpados por associação criminosa e latrocínio, quando há roubo seguido de morte.
O Metrópoles contatou um dos advogados do trio, Diogo Léo Macruz Corrêa, que preferiu não se manifestar.
Segundo a sentença de 23 de agosto deste ano, divulgada pelo G1, os criminosos e outros comparsas não identificados usaram um perfil falso em um aplicativo de namoro para atrair a vítima. Eles teriam utilizado a foto de uma pessoa dos Estados Unidos com rede social aberta, apontou a polícia.
Ainda segundo o G1, a Polícia Civil concluiu que os criminosos criaram no Tinder um perfil com o nome de Jonnas. Em seguida, marcaram um encontro com a vítima.
Na noite do crime, por volta das 20h20, no bairro da Brasilândia, os criminosos armados roubaram o carro da vítima e a mantiveram em cárcere antes de matá-la com um tiro.
O empresário foi agredido, ameaçado e colocado no banco de trás do veículo, enquanto os criminosos assumiram a direção. A vítima teria sido baleada em uma zona de mata da Brasilândia.
Carro foi incendiado
Na sequência, os acusados compraram gasolina em um posto de combustíveis e isqueiro em uma adega para atear fogo no veículo com o corpo, ação que foi registrada por câmeras de vigilância.
Durante as investigações, os policiais também identificaram imagens da vítima saindo de casa, do suposto local do encontro amoroso e do trajeto dos condenados. Segundo a apuração da polícia, a vítima saiu de casa por volta das 19h45 e foi para a região da Brasilândia.
A investigação ainda analisou celulares apreendidos do grupo e verificou conteúdos relacionados ao “golpe do Tinder”, com mais de 100 números bloqueados. Ao menos 13 vítimas do grupo conseguiram formalizar boletins de ocorrência e narraram a violência do bando.
As prisões foram cumpridas em 28 de setembro, em 19 de outubro de 2023 e em 7 de fevereiro deste ano. O cadáver e o automóvel foram encontrados carbonizados em uma área de mata. O corpo foi identificado por meio da arcada dentária.
A sentença da juíza Maria Domitila Manssur, publicada em 9 de agosto, determinou o regime inicial fechado para o cumprimento das penas. Além disso, a pedido do Ministério Público, a Justiça impôs aos três homens a obrigação de pagar aos herdeiros da vítima o valor de R$ 114 mil por danos materiais e mais R$ 250 mil por danos morais.
O grupo, no entanto, foi absolvido pelo crime de destruição de cadáver. O promotor Cláudio Henrique Giannini tenta recorrer.
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