O presidente Lula demonstrou preocupação com a repercussão do novo pacote de corte de gastos do governo ao apresentar a proposta a líderes partidários do Congresso, na quarta-feira (27/11). Parlamentares afirmam que o presidente se mostrou especialmente preocupado com o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o abono salarial, que são alvos do pacote. Lula deixou claro que os benefícios não serão cortados, mas passarão por uma revisão. O pacote do governo propõe uma restrição maior para os trabalhadores que têm direito ao abono salarial.
Atualmente, o benefício é garantido para quem ganha até dois salários mínimos, cerca de R$ 2.824. A proposta é limitar o abono para quem ganha até R$ 2.640. Já para o BPC, o governo planeja restringir o acesso ao benefício, exigindo atualização de dados e biometria para recebimento dos valores. Também será considerada a renda de cônjuges, companheiros não coabitantes, irmãos, filhos e enteados para avaliar quem pode receber o BPC.
Além da preocupação com o BPC e o abono, Lula ressaltou aos líderes do Congresso a proposta de elevar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. A medida, anunciada agora, está prevista para entrar em vigor a partir de 2026, após aprovação do Congresso em 2025. Líderes da Câmara interpretaram as declarações de Lula como um temor de que eleitores de baixa renda, historicamente próximos do PT, se sintam mais impactados pelo pacote de corte de gastos.
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