O general da reserva Walter Braga Netto foi apontado pela Polícia Federal (PF) como tendo participação direta em atos relacionados a uma tentativa de golpe de Estado. O militar, junto com mais 36 acusados, é indicado no relatório da PF por seu envolvimento em ações para obstruir investigações. O sigilo das informações foi levantado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito.
Braga Netto foi vice-presidente nas eleições de 2022 na chapa de Jair Bolsonaro, além de ter ocupado os cargos de ministro-chefe da Casa Civil e ministro da Defesa. A investigação da PF aponta que o general, juntamente com outros militares, realizou uma reunião para apresentar um planejamento de ações clandestinas visando impedir a posse do governo eleito e restringir o Poder Judiciário.
O documento encontrado na sede do Partido Liberal (PL) descreve questões relacionadas a um acordo de colaboração premiada envolvendo um tenente-coronel, que gerou preocupação sobre a tentativa de golpe de Estado. Indícios demonstram que Braga Netto buscou informações sobre esse acordo por meio dos pais do tenente-coronel. Além disso, houve um esboço de ações planejadas para a “Operação 142”, fazendo referência ao artigo 142 da Constituição Federal.
Os planos incluíam interromper o processo de transição, mobilizar juristas, formadores de opinião e enquadrar juridicamente um decreto relacionado às Forças Armadas. O relatório da PF encerra com a frase “Lula não sobe a rampa”, indicando intenções golpistas. O grupo investigado planejava a criação de um Gabinete para assessorar Bolsonaro na implementação das ações pós-golpe.
A Polícia Federal também apontou a participação de Braga Netto na tentativa de pressionar os comandantes da Aeronáutica e do Exército para aderirem ao plano de abolição do Estado Democrático de Direito em dezembro de 2022. A Agência Brasil aguarda um posicionamento do general sobre o relatório divulgado.
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