A Dinamarca está dando um passo significativo em direção à sustentabilidade, com a aprovação de um plano verde que pretende transformar a paisagem do país de maneira inédita em mais de cem anos. Esse projeto faz parte da estratégia ESG (ambiental, social e governança) do país e envolve um investimento de 43 bilhões de coroas dinamarquesas, cerca de 6 bilhões de dólares. Entre as medidas mais marcantes estão a conversão de áreas agrícolas em florestas e a introdução do primeiro imposto global sobre emissões de CO2 da pecuária. Além disso, o plano busca dobrar a área de produção orgânica até 2030, demonstrando um compromisso firme com a sustentabilidade.
O Ministro do Meio Ambiente da Dinamarca, Magnus Heunicke, ressaltou que 10% das terras agrícolas serão transformadas em florestas, visando a redução das emissões de nitrogênio. No entanto, essa ação não está isenta de críticas. O professor Daniel Vargas, da Fundação Getulio Vargas (FGV), expressou preocupações sobre o impacto dessas mudanças na agropecuária dinamarquesa. Ele comparou a situação com as discussões da COP 29, no Azerbaijão, onde o financiamento climático foi um tema central.
Enquanto isso, o Brasil também está avançando em direção a metas climáticas mais ambiciosas com o anúncio de sua NDC 2.0, um compromisso de redução de emissões que precisará se adequar aos setores produtivos do país. Metade das emissões brasileiras provêm do desmatamento ilegal, e a outra metade impactará a economia produtiva, especialmente a agropecuária.
Ao implementar um imposto sobre emissões agrícolas, a Dinamarca oferece um exemplo de enfrentamento desse desafio. No entanto, essa medida pode afetar a competitividade do setor agropecuário dinamarquês. O professor aponta a urgência de tais ações, questionando quem deve arcar com os custos dos desafios climáticos globais.
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