O ex-ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro, o general da reserva Mário Fernandes, foi preso pela Polícia Federal em uma ação nesta terça-feira, 19. A operação, denominada Contragolpe, visava desarticular uma quadrilha que planejava o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em dezembro de 2022, com o objetivo de impedir a posse e promover um golpe de Estado. Até o momento, a defesa dos envolvidos não foi localizada.
Mário Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, assumindo interinamente como ministro durante as trocas promovidas por Bolsonaro. Após sair do governo, ocupou um cargo na liderança do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, como assessor do deputado federal Eduardo Pazuello. Em março deste ano, após determinação de afastamento por Alexandre de Moraes, foi desligado da função. O general também é alvo de um inquérito que investiga um possível golpe de Estado planejado por Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-militares para impedir a posse de Lula.
Além de Mário Fernandes, outros presos na operação Contragolpe foram militares com formação em Forças Especiais conhecidos como “kids pretos”, bem como um policial federal. O ex-ministro recebia um salário de R$ 15.629,42 na Câmara dos Deputados até ser afastado. Segundo a Polícia Federal, fazia parte de um grupo de oficiais de alta patente do Exército com o objetivo de convencer membros das Forças Armadas a aderir ao golpe.
Os investigados sempre negaram envolvimento em qualquer conspiração. Na reunião de 2022, gravada em vídeo, em que Bolsonaro pressionou seus ministros a agirem contra o TSE e o sistema eleitoral brasileiro, Mário Fernandes foi quem mencionou “um novo golpe de 64” e pressionou por mudanças no sistema eleitoral. Bolsonaro, por sua vez, negou qualquer articulação para um golpe de Estado. A operação Tempus Veritatis, que revelou o conteúdo da gravação, resultou na apreensão do passaporte do ex-presidente.
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