O Alto Comando do Exército, composto pelos 16 generais quatro estrelas, não tem nenhum “kid preto” pela primeira vez após se destacar no governo Bolsonaro. A ausência desses militares de elite é resultado de diversos fatores, como desgaste causado por oficiais dessa área no Executivo e baixo número de “kids pretos” para promoção ao posto mais alto da carreira.
No final de 2022, quatro generais das Forças Especiais ocupavam funções estratégicas no Exército. Porém, atualmente, a nova configuração do Alto Comando da Força mostra um cenário diferente, com a ausência dessa representação.
Os “kids pretos” são militares formados em cursos de operações especiais do Exército, sendo parte da tropa de elite treinada para ações especiais. Eles são reconhecidos pelo uso da boina preta como símbolo e passam por treinamentos extremamente exigentes e físicos.
O Exército conta com cerca de 2.500 militares treinados nas Forças Especiais, representando pouco mais de 1% do efetivo. Esses militares possuem rivalidade histórica com os precursores paraquedistas do Exército, que usam símbolos similares, porém, com a cor vermelha em vez da preta.
A participação destes militares se intensificou na última década, devido à relevância de suas atuações em operações militares, como no Haiti. Além disso, a coesão do grupo e a preferência por promover outros “kids pretos” no Alto Comando contribuíram para essa representatividade.
Recentemente, a Polícia Federal identificou a participação de “kids pretos” em planos para um golpe de Estado após as eleições de 2022. Diversos indiciados sob suspeita de participação nesses planos são integrantes das Forças Especiais, como o general da reserva Mario Fernandes, apontado como autor de um plano para assassinar diversas autoridades, incluindo o ex-presidente Lula.
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