Juiz citado em relatório da PF sobre tentativa de golpe de Estado é afastado pelo CNJ

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O juiz federal Sandro Nunes Vieira, citado no relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado, foi afastado temporariamente de suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Vieira atuou como juiz auxiliar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2019 até agosto de 2022 e atualmente está lotado na primeira instância da Justiça Federal em Paranaguá, no Paraná.

A decisão de afastamento foi tomada pelo corregedor-nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, após receber um comunicado do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, informando sobre a citação do nome do magistrado nas investigações.

Embora não tenha sido alvo direto das investigações sobre o golpe, a PF apontou que o juiz teria colaborado na elaboração de um relatório encomendado pelo Partido Liberal (PL) ao Instituto Voto Legal (IVL), após o segundo turno das eleições de 2022, alegando supostas fraudes nas urnas eletrônicas.

Com base em mensagens encontradas nos celulares de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e de Marcelo Câmara, ex-assessor do presidente, a PF concluiu que o juiz atuou de forma ilegal ao assessorar o PL na tentativa de atacar as urnas eletrônicas.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) informou que acatará as determinações do CNJ e abriu um procedimento administrativo contra o magistrado, enquanto a Justiça Federal no Paraná se recusou a comentar o assunto.

Após a derrota de Bolsonaro para Lula no segundo turno das eleições, o PL entrou com uma ação no TSE buscando anular votos de cerca de 280 mil urnas eletrônicas utilizadas. O partido foi multado em R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé, pois, segundo o tribunal, não apresentou irregularidades relacionadas ao primeiro turno, que também usou as mesmas urnas.

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