O governo de Lula está buscando aumentar o espaço dos evangélicos nos ministérios após um período de aproximação com a bancada evangélica. Deputados desse grupo estão interessados em assumir cargos em ministérios e secretarias que lidam diretamente com políticas públicas para a população de baixa renda. O presidente e ministros do governo estão intensificando a agenda com esses congressistas nos últimos meses.
Uma ala evangélica está buscando se distanciar do bolsonarismo, temendo perder espaço para líderes religiosos menos conservadores que, por terem proximidade com o Planalto, conseguem mais recursos para projetos sociais. O relacionamento entre Lula e políticos evangélicos tornou-se público durante a cerimônia de sanção do Dia da Música Gospel, em outubro.
O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) fez uma oração pelo presidente, gesto que desagradou lideranças próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia. Após esse aceno, as visitas de parlamentares evangélicos aos gabinetes da Presidência aumentaram.
Com a vitória de Lula em 2022, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, elogiou o presidente eleito, afirmando que sua vitória foi vontade divina, em uma tentativa de acalmar os fiéis desapontados com a derrota de Bolsonaro. No início do mandato, o partido Republicano, ligado à Igreja Universal, conquistou um ministério.
Agora, espera-se que o partido Republicano ganhe mais espaço no governo, especialmente após Lula apoiar Hugo Motta, líder da sigla, para a presidência da Câmara. Caso Motta confirme seu favoritismo e assuma o cargo em 2025, a legenda provavelmente buscará mais ministérios ou secretarias para apoiar a reeleição do petista em 2026.
Entre os ministros do governo, Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, é um dos que mantêm maior diálogo com a bancada evangélica.
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