O Ministério Público da França pediu, nesta segunda-feira (25), a pena máxima de 20 anos de prisão para Dominique Pelicot por drogar e estuprar sua ex-mulher, Gisèle Pelicot, com a participação de dezenas de homens. O julgamento em Avignon, sul da França, entrou na reta final com os pedidos de penas para os 51 acusados, sendo um deles julgado à revelia. O processo tem recebido grande cobertura da imprensa mundial.
Gisèle Pelicot, aos 71 anos, tornou-se um símbolo feminista. Seu ex-marido é acusado de drogá-la durante uma década para estuprá-la com a presença de desconhecidos entre 2011 e 2020. A maioria dos outros acusados, com idades entre 26 e 74 anos, também enfrenta a possibilidade de penas de até 20 anos de prisão por estupro com agravante. Alguns advogados de defesa consideraram os pedidos “desproporcionais”.
O promotor afirmou que o julgamento marca uma mudança fundamental nas relações entre homens e mulheres. Ao longo do processo, Gisèle recusou que as sessões acontecessem com portas fechadas “para que a vergonha mude de lado”. O veredicto está previsto para 20 de dezembro, e a advogada de Dominique Pelicot se mostrou abalada com o pedido de prisão de 20 anos. O julgamento foi tema de manifestações na França, com milhares de pessoas denunciando a violência contra as mulheres.
O primeiro-ministro francês considerou que esse julgamento marcará um antes e um depois, anunciando que o sistema de saúde público reembolsará os kits para detectar casos de submissão química. A repercussão do processo ultrapassou as fronteiras da França, com a presidente da Câmara dos Deputados do Chile elogiando a coragem de Gisèle e ressaltando sua lição para o mundo.
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