A troca de farpas entre o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), é reflexo do racha que a esquerda enfrenta para consolidar uma liderança para a suceder a Lula. Maior líder do segmento no Brasil, o petista deverá disputar sua última eleição presidencial em 2026.
De acordo com integrantes dos dois partidos e também do PT, a esquerda se dividirá na era pós-Lula. Um dos dilemas é: vale a pena abrir mão de espaços e dogmas para compor com outros campos políticos, flertando até mesmo com a direita, em nome de vitórias eleitorais? Ou o caminho seria manter os ideais da esquerda e evitar uma perda de identidade? Esse debate já começou, sobretudo após o fraco desempenho nas eleições de 2024 em âmbito nacional.
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João Campos é filho de Eduardo Campos
Rodolfo Loepert/PCR2 de 8
Mario Agra / Câmara dos Deputados3 de 8
João Campos e Lula
Ricardo Stuckert / PR4 de 8
O prefeito do Recife, João Campos, e a deputada federal Tabata Amaral. Eles são namorados e filiados ao PSB.
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Guilherme Boulos foi derrotado na eleição em SP
DANILO M. YOSHIOKA/METRÓPOLES @danilomartinsyoshioka6 de 8
Guilherme Boulos
Nina Quintana/Especial Metrópoles @ninaquintana7 de 8
Boulos e Lula
Fábio Vieira/Metrópoles8 de 8
O deputado federal Guilherme Boulos, a ex-prefeita Marta Suplicy e o presidente Lula
Reprodução/YouTube
João Campos é visto como um representante do primeiro grupo. Em 2020, ele se elegeu com um forte discurso antipetista, mas rejeitou Bolsonaro. Durante sua gestão, aproximou-se de Lula conforme o seu partido, o PSB, retomou o viés do campo dito progressista. Hoje, a legenda ocupa a vice-Presidência, com Geraldo Alckmin.
O prefeito foi reeleito em primeiro turno com 78,12% dos votos válidos e é cotado para disputar o Governo de Pernambuco em 2026. A aposta no PSB é que o filho do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014 num acidente aéreo, será capaz de suceder a Lula em 2030 pela capacidade de fazer alianças com partidos de centro.
Já Guilherme Boulos tem mais identificação com a “esquerda raiz”. Com origem política no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), ele ganhou notoriedade nacional ao disputar a Presidência da República em 2018. Em 2022, a pedido de Lula, retirou sua candidatura ao governo de São Paulo em prol de Fernando Haddad.
Enquanto isso, lideranças do PT observam atentamente a disputa entre João Campos e Boulos, e avisam nos bastidores que o partido será protagonista na sucessão de Lula. Como mostrou a coluna, petistas acenderam um alerta após a vitória de Donald Trump nos EUA e das derrotas nas eleições municipais.
A briga entre Boulos e João Campos
Em uma entrevista,
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