Carne mais barata: Davi Fiúza completa 10 anos desaparecido na Bahia em marco da violência policial

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No caso mais recente, um policial militar fora de serviço disparou contra dois homens que estavam rendidos, um dos quais morreu no local e o outro ficou gravemente ferido. Gabriel Santos Costa não teve a chance de ser socorrido, foi encontrado já sem vida por policiais que foram até a localidade. Já Haziel Martins Costa foi encontrado ferido e socorrido para uma unidade de saúde.

O crime aconteceu na Rua Corte Grande, no Alto de Ondina, na madrugada do dia primeiro de dezembro. O policial militar Marlon da Silva Oliveira, principal suspeito de executar o jovem, foi preso na noite do último domingo (8) ao se apresentar à 1ª Delegacia de Homicídios.

Se engana quem acredita que este é apenas mais um caso isolado, esse caso vem se somar a uma série de episódios semelhantes que, ao longo dos anos, continuam a expor a falha do sistema de segurança pública em garantir direitos básicos de proteção e segurança para a população.

No ano de 2023, foram registradas 1.702 mortes por ações policiais na Bahia em 2023. Este é o segundo ano consecutivo em que a Bahia supera os índices registrados no Rio de Janeiro e São Paulo, dois dos três estados brasileiros com maiores populações. As informações fazem parte da pesquisa Pele Alvo, da Rede de Observatório de Segurança, divulgados no dia 7 de novembro.

A Rede de Observatórios de Segurança monitora a situação em nove estados brasileiros: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Dentre esses, a Bahia foi o único estado a registrar mais de mil óbitos no ano passado.

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A violência policial na Bahia carrega uma história marcada por episódios que abalaram a sociedade e levantaram questionamentos sobre o uso excessivo da força e a impunidade. Ao longo das décadas, casos emblemáticos expuseram a fragilidade na relação entre as forças de segurança e a população, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.

Relembre, a seguir, um desses episódios que deixaram cicatrizes profundas no estado e continuam a ecoar na memória coletiva como símbolos da luta por justiça e direitos humanos.

Davi Fiuza
Nascido em 8 de outubro de 1998, Davi Fiuza é filho de Rute e irmão mais novo de Camila. Libriano, fã de Djavan, de Pablo e de Ivete Sangalo, o menino acabara de completar 16 anos quando foi visto pela última vez por sua família.

Davi desapareceu numa sexta-feira, 24 de outubro, que antecedia o segundo turno da votação para a eleição de presidente da República de 2014. De acordo com testemunhas, Davi foi abordado por viaturas da 49ª Companhia Independente de Polícia Militar na porta de sua casa, na rua São Jorge de Baixo, na Vila Verde, na Estrada Velha do Aeroporto. Depois dessa abordagem, nunca mais o adolescente foi visto.

Desde o dia do desaparecimento do filho, a mãe disse que percorreu delegacias, Instituto Médico Legal e até locais de “desova” de corpos para tentar encontrar indícios dele, mas nunca teve pistas do garoto. A família de Davi nunca teve oportunidade de se despedir dignamente do menino.

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