Presidente do Panamá se recusa a dialogar com Trump sobre Canal do Panamá
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, afirmou que não haverá negociações com os Estados Unidos em relação ao canal interoceânico do país depois que o presidente eleito Donald Trump ameaçou retomar a operação da via comercial. Mulino rejeitou a possibilidade de reduzir os pedágios para navios americanos no canal, ressaltando a soberania panamenha sobre a via desde 1999.
“Não há espaço para discutir uma revisão da situação jurídico-política do Canal do Panamá, que pertence aos panamenhos. Se essa for a intenção da conversa, não há nada a ser discutido”, afirmou Mulino. Ele enfatizou que o canal é propriedade e patrimônio do Panamá.
Construído pelos Estados Unidos e transferido para o Panamá em 1999, o canal liga os oceanos Pacífico e Atlântico, sendo um importante corredor para o comércio internacional. Os pedágios são determinados com base na capacidade e carga dos navios, não no país de origem. Trump ameaçou retomar o controle do canal caso os pedágios não sejam reduzidos.
Os pedágios são definidos pela Autoridade do Canal do Panamá, um órgão autônomo do governo panamenho, garantindo a competitividade do país. O canal representa 6% do PIB do Panamá, com mais de 11.200 embarcações e 423 milhões de toneladas de carga anualmente. Desde 2000, contribuiu com mais de US$ 28 bilhões para o tesouro panamenho.
A China, acusada por Trump de influenciar o canal, não possui soldados operando na região, afirmou Mulino. O presidente panamenho reforçou a autonomia e a importância estratégica do canal para o desenvolvimento do país, repudiando as supostas interferências chinesas na área.

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