O governo federal fez repasses milionários à empresa responsável pela manutenção da ponte que desabou, resultando em oito mortes e nove desaparecidos. A Matera Engenharia, contratada por R$ 3,6 milhões para cuidar da ponte, recebeu uma sanção por irregularidades em contratos anteriores.
A empresa está proibida de firmar contratos com a União até janeiro de 2025, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A sanção foi imposta dias antes do desabamento.
A punição baseia-se na Lei do Pregão, e se deu devido a falhas em um contrato de R$ 4,4 milhões assinado em 2021 para a manutenção de rodovias federais. Parte desse valor foi destinada à ponte Juscelino Kubitscheck, onde ocorreu a tragédia.
A empresa recebeu R$ 3,6 milhões entre 2021 e 2024 para realizar serviços como limpeza, substituição de juntas de dilatação e recomposição de erosão na ponte. Esse contrato faz parte do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (Proarte), responsável por obras de grande porte em todo o país.
No total, a Matera Engenharia já recebeu R$ 140 milhões do governo federal, provenientes de diversos contratos. Além disso, a empresa obteve R$ 1,3 milhão em emendas parlamentares, incluindo do chamado orçamento secreto, o que tem sido alvo de investigações no STF e pela PF.
O desabamento da ponte deixou oito mortos e nove desaparecidos. As vítimas foram encontradas a 35 metros de profundidade no Rio Tocantins. O Corpo de Bombeiros confirmou a quantidade de mortos e destacou que veículos, como um caminhão e uma caminhonete, também foram localizados nas águas.
O governo federal anunciou a destinação de recursos entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões para reconstruir a ponte. A previsão é que a obra seja concluída em 2025, segundo o Ministério dos Transportes.

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