Encerrando 2024, a história de Sônia Maria de Jesus expõe a persistência de práticas análogas à escravidão no Brasil. A retirada dela da família aos nove anos para trabalhar como doméstica, sem remuneração e em condições degradantes, ressalta a inércia do sistema de justiça.
O caso de Sônia não é único. Milhares de pessoas vivem em situações semelhantes, especialmente em áreas rurais e na doméstica. A falta de justiça para Sônia e a família demonstra a omissão do país em lidar com atrocidades presentes e passadas.
A ausência de comoção nacional, protestos e debates contínuos reflete um Brasil que aceita a exploração de negros, especialmente quando os exploradores possuem privilégios. A justiça seletiva beneficia os poderosos enquanto negligencia os direitos dos vulneráveis.
A persistência dessas questões revela um país que não enfrentou efetivamente a escravidão, apenas a adaptou ao capitalismo contemporâneo e ao racismo estrutural. Sem corrigir essas injustiças, o Brasil continuará arrastando as correntes do passado, sem futuro promissor.
Refletir sobre a sociedade que estamos construindo é essencial. A inação diante do sofrimento de Sônia nos torna cúmplices de um sistema injusto. Para romper com esse ciclo de negligência e indiferença, é preciso mobilização e respostas em 2025.

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