O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, foi considerado inelegível por oito anos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) devido a abuso de poder político nas eleições municipais de 2024. A decisão também resultou na cassação do registro da chapa do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, apoiado por Caiado na disputa pela capital. Ambos são filiados ao partido União Brasil, porém, o mandato atual de Caiado permanece válido até 2026.
A decisão de primeira instância foi proferida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, mas ainda cabe recurso ao próprio TRE-GO em segunda instância e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto o processo não for finalizado, Mabel e a vice-prefeita eleita, Cláudia Lira, também conhecida como Coronel Cláudia, poderão ser diplomados e assumir seus cargos.
Segundo a juíza, Caiado utilizou a sede do governo estadual, Palácio das Esmeraldas, para promover eventos de campanha em apoio a Mabel após o primeiro turno das eleições. Essa denúncia foi feita pela coligação do candidato derrotado Fred Rodrigues. O Ministério Público de Goiás também apoiou a condenação.
Tanto a defesa de Caiado quanto a de Mabel afirmaram que vão recorrer da decisão, já que consideram a análise dos fatos incorreta e a punição de inelegibilidade desproporcional. Ambas as partes argumentam que o evento realizado na residência oficial do governador tinha um caráter institucional e não eleitoral, não tendo sido feito pedido de votos ou menção às eleições.
Os advogados de Mabel enfatizaram que a reunião na residência do governador não teve irregularidades e contestaram a gravidade da sentença apresentada pela juíza. De acordo com eles, a análise baseada em premissas equivocadas não condiz com a jurisprudência do TSE e do TRE goiano, destacando a importância de uma avaliação objetiva da gravidade dos fatos em casos eleitorais.
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