
Ao ser condenado a 20 anos de prisão na França, Dominique Pelicot, acusado de dopar e permitir estupros contra sua ex-esposa, Gisèle Pelicot, decidiu não recorrer da sentença. Sua advogada afirmou que ele não deseja prolongar o processo judicial e evitar mais sofrimento para a vítima.
No julgamento, Dominique foi considerado culpado de estupro e distribuição de imagens das violações, bem como de gravar cenas íntimas de sua filha e noras. Aos 72 anos, ele deverá cumprir pelo menos dois terços da pena antes de poder solicitar liberdade condicional.
Outros 50 réus foram julgados no mesmo processo, com 47 considerados culpados de estupro, e os demais por tentativa de estupro ou agressão sexual. Um dos réus foi condenado a 12 anos de prisão por abusar sexualmente de sua esposa com a ajuda de Dominique, sendo chamado de “discípulo” durante o julgamento.
Desde a revelação do caso em 2020, Gisèle Pelicot tornou-se um símbolo do feminismo ao decidir expor publicamente o julgamento, comparecendo às sessões de rosto descoberto para mudar a vergonha de lado. Os crimes ocorreram entre 2011 e 2020, quando Dominique sedava Gisèle e permitia que outros homens a estuprassem, registrando os atos.
A investigação dos crimes revelou mais de 50 agressores, com perfis variados, o que gerou reflexões sobre a representatividade da sociedade francesa. O caso chocou o país e despertou debates sobre a violência contra as mulheres.
17 réus já apresentaram recursos contra a decisão judicial, enquanto Dominique optou por encerrar o processo sem recurso. Após o anúncio da sentença, a advogada de Gisèle declarou que ela está disposta a enfrentar um novo julgamento, caso necessário.
Fonte: DW
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